Ordem dos Médicos contra legalização da eutanásia - TVI

Ordem dos Médicos contra legalização da eutanásia

Eutanásia

Seria um «risco social e um grande retrocesso civilizacional», diz o bastonário

O bastonário da Ordem dos Médicos considera que a legalização da eutanásia seria um «um grande retrocesso civilizacional». Pedro Nunes defendeu que a legalização tornaria a eutanásia um dever, em vez de um direito, noticia a Lusa.

Num eventual debate, o bastonário vai defender que a eutanásia é um «enorme risco para a sociedade», porque levaria a desinvestimentos na área dos cuidados paliativos dirigidos aos doentes terminais.

O bastonário afirmou que a eutanásia é defendida numa sociedade que vive presa ao «pânico e medo» de um aproximar da morte e que é comum as pessoas pensarem que seria melhor terminar o mais rapidamente possível com o sofrimento.

Socialistas querem eutanásia

Mas perante um cenário de «estímulo» ao desinvestimento na saúde, e especialmente nos cuidados paliativos, Pedro Nunes perspectivou que a morte dos doentes terminais «fosse bem mais precoce e mais difícil».

«Seria um risco para todos nós como cidadãos que em algum momento podemos precisar de cuidados paliativos», disse.

O responsável lembrou ainda que do ponto de vista da ética médica, os clínicos estão treinados para defender a vida e não a morte.

Pedro Nunes também sublinhou as diferenças entre a eutanásia e a distanásia. A primeira passa por deliberadamente provocar a morte, enquanto a segunda inclui a decisão do médico decidir dar mais terapêuticas para prolongar a vida.

Falta de cuidados paliativos

A presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos estranhou hoje que se inicie um debate sobre a eutanásia, uma "medida de excepção", quando faltam as medidas "de primeira linha", que são os cuidados paliativos.

Isabel Galriça Neto argumentou ser «fundamental discutir o problema do sofrimento dos doentes em final de vida», defendendo os cuidados paliativos a que têm direito.

«São os cuidados de saúde especializados que fazem com que os doentes não estejam a sofrer», resumiu, estranhando que se esteja a «inverter o debate». Para Isabel Galriça Neto, devia ser discutido o problema da falta de respostas de cuidados paliativos.

A presidente assegurou que são poucos os portugueses que recebem cuidados paliativos: «Não se ultrapassam em respostas 10 por cento das necessidades.»
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