Demolições: indignação no Bairro Fim do Mundo - TVI

Demolições: indignação no Bairro Fim do Mundo

  • Portugal Diário
  • Joana Ramos Simões
  • 22 jan 2008, 13:13
Demolições no Bairro Fim do Mundo (Foto Lusa André Kosters)

Câmara de Cascais garante que ninguém fica sem sítio onde dormir

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A indignação tomou conta do bairro do Fim do Mundo, onde os trabalhos de demolição de 13 barracas, em Cascais, deixando 26 pessoas desalojadas. A versão da autarquia é, contudo, bem diferente. O vereador da Habitação da câmara de Cascais garantiu ao PortugalDiário que nenhuma família do bairro ficará desalojada.

Mas as garantias camarárias não chegam para a Associação de Moradores do Fim do Mundo. «A câmara disse que ninguém vai ficar na rua, mas não há nada por escrito», explicou Reinaldo Silva.

Polémica no Fim do Mundo

Nassy Santos, mãe de cinco filhos, é uma das 200 residentes do bairro e habita numa barraca de construção sem aprovação da autarquia, com uso ilegal de água e luz, e adiantou à Lusa que será uma das realojadas dentro de duas semanas.

«Disseram-me que me vão realojar, mas só daqui a duas semanas. Até lá tenho que encontrar um sítio para mim e para os meus filhos. Pedi para demolirem a barraca só quando eu pudesse ir para a casa nova, mas disseram-me que não», explicou, a chorar.

«As famílias (compostas por pais e filhos, sejam monoparentais ou não) têm todas realojamento. Os casos de pessoas isoladas estão a ser analisados um a um», contrapõe o vereador Manuel Ferreira de Andrade.

Até as casas, em vários empreendimentos de habitação social do concelho, estarem prontas, «as pessoas têm onde ficar. Se assim não fosse, as suas casas não teriam sido demolidas», garantiu ao PDiário o vereador, que recordou o caso específico de Nassy Santos. «Foi acordado com ela que enquanto a casa não estiver pronta ficará em casa de familiares».

Reinaldo Silva, da comissão do bairro, explicou que os moradores foram avisados na sexta-feira que várias casas iriam ser demolidas, através dos editais de demolição colocados nas suas portas, no mesmo dia em que foram cortados os fornecimentos de água e luz.

Rita Silva, da Associação de Solidariedade Imigrante, disse à agência Lusa que 26 pessoas vão ficar desalojadas, uma das quais, «uma idosa e doente, que vai ficar treze dias numa pensão e depois não terá para onde ir».

Quanto a este caso, e outros casos de pessoas isoladas, o vereador da Habitação disse que a Câmara de Cascais tem, desde o início de Janeiro, técnicos a contactar os moradores para os ajudar a candidatarem-se aos subsídios do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, «já que não há casas para os realojar».
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