«300 mil famílias com falta de rendimentos» - TVI

«300 mil famílias com falta de rendimentos»

  • Portugal Diário
  • 15 fev 2008, 15:51
Manifestação em Lisboa (EPA/ANDRE KOSTERS)

«É revoltante», diz Carvalho da Silva, que apela aos portugueses para se mobilizarem

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O secretário-geral da CGTP alertou esta sexta-feira para as desigualdades na distribuição dos rendimentos em Portugal e considerou «revoltante» que existam 300 mil famílias com falta de rendimentos, enquanto que as 100 maiores fortunas cresceram 36 por cento em 2007.

«Em Portugal as 100 maiores fortunas valem 22 por cento do nosso PIB e cresceram 36 por cento em 2007, como vêem, um pouco acima da inflação», ironizou Manuel Carvalho da Silva na abertura do XI Congresso da CGTP, que decorre até sábado no Centro de Congressos de Lisboa.

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Com base num estudo sobre as desigualdades em Portugal, feito pela CGTP, Carvalho da Silva adiantou que 10 por cento dos rendimentos mais elevados ganham 12 vezes mais do que os 10 por cento menos afortunados e que 10 por cento das famílias dispõem de 74 por cento de activos financeiros.

Do lado oposto, «existem mais de 300 mil famílias onde há, em simultâneo, falta de rendimentos e dificuldades de acesso a um nível mínimo de bem-estar e a condições de alojamento condignas», salientou Carvalho da Silva.

«Isto é revoltante. Os portugueses têm que se mobilizar contra este estado de coisas. Temos que ser exigentes na aplicação do principio da solidariedade», disse o líder da CGTP, num apelo que mereceu uma ovação pelos cerca de 10 centenas de participantes no Congresso.

Carvalho da Silva congratulou-se que o Presidente da República tenha chamado a atenção para os desproporcionados salários dos gestores, face aos restantes trabalhadores. «As diferenças são tão abismais que podemos perguntar: será que são justificados pela natureza, quantidade e qualidade do trabalho?», questionou Carvalho da Silva, respondendo logo de seguida que se «assim fosse as empresas portuguesas estariam no grupo das mais bem geridas no mundo, o que não é verdade».
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