Portugal com «níveis elevadíssimos» de pobreza

A CGTP considerou esta terça-feira que Portugal continua com níveis elevadíssimos de pobreza e destacou que não há nenhum país da Europa com uma diferença na distribuição de rendimentos tão acentuada, noticia a Lusa.

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«O problema de fundo é que a taxa de pobreza continua elevadíssima porque Portugal não tem índices de desenvolvimento que permitam sair da pobreza», disse Maria do Carmo Tavares, da comissão executiva da CGTP, à agência Lusa.

Apontando o desemprego e a precariedade como dois dos grandes factores de pobreza em Portugal, Maria do Carmo Tavares defendeu que se não houver uma política de criação de emprego os índices de pobreza manter-se-ão.

A taxa de risco de pobreza em Portugal diminuiu em 2006, face ao ano anterior, situando-se nos 18 por cento, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2006 indica que 18 por cento dos indivíduos residentes em Portugal se encontravam em risco de pobreza, o que reflecte uma redução face aos dois anos anteriores. A taxa de pobreza situou-se nos 19 por cento, em 2005, e nos 20 por cento, em 2004.

Maria do Carmo considera que esta ligeira diminuição poderá dever-se ao efeito das prestações sociais, principalmente do Rendimento Social de Inserção (RSI), tendo em conta que as condições sociais se mantiveram: os salários têm baixado, as pensões não melhoraram e o desemprego aumentou.

Segundo os dados do INE, a distribuição dos rendimentos caracteriza-se por uma acentuada desigualdade, tendo em conta que o rendimento dos 20 por cento da população com maior rendimento era 6,8 vezes o rendimento dos 20 por cento da população com menor rendimento (6,9 nos dois anos anteriores).