É preciso «proteger» a frente ribeirinha - TVI

É preciso «proteger» a frente ribeirinha

Porto de Lisboa (Imagens retiradas do site da APL)

Vereadores da «Cidadãos por Lisboa» querem que área seja zona de intervenção municipal

Os vereadores eleitos pela lista «Cidadãos por Lisboa» vão propor quarta-feira na reunião do executivo a classificação como zona de intervenção municipal de toda a área abrangida pelo plano global de intervenções da zona ribeirinha.

Em declarações à Lusa, a vereadora Helena Roseta explicou que só esta classificação permitirá eventualmente «a elaboração de planos de salvaguarda e vinculará todas as entidades com capacidade para intervir nesta área às mesmas regras».

«A Câmara apresentou-nos um plano global de intervenções, que não tem qualquer valor em termos de ordenamento do território e de eficácia jurídica. Assim também se resolveria este problema», acrescentou.

A zona abrangida pelo plano abrange os 19 quilómetros de zona ribeirinha de Lisboa, do Parque das Nações até Pedrouços.

Praia com ondas artificiais em Lisboa

Frente ribeirinha: e em caso de catástrofe?

De acordo com Helena Roseta, no que respeita à zona de Alcântara, designadamente ao projecto «Alcântara XXI», vai também ser proposta a elaboração de um Estudo de Impacte Ambiental e de desenvolvimento económico e social, «para perceber qual é o impacte real destas obras naquele tecido».

«Não vamos cometer o mesmo erro do Túnel do Marquês. É preciso perceber o impacte que a obra vai ter enquanto estiver a ser concretizada, tanto a nível ambiental como económico e social», afirmou.

Helena Roseta chamou a atenção para o «perigo» de qualquer intervenção no subsolo da zona de Alcântara - está previsto no projecto que o Governo apresentou para aquela área o enterramento da linha férrea - e defendeu a elaboração de um estudo de impacte ambiental para perceber as consequências da intervenção na drenagem de águas.

«Se vamos estar a construir mais túneis vamos criar novas barreiras para a drenagem de águas através do Caneiro de Alcântara. É preciso ter muito cuidado com qualquer intervenção naquela zona», acrescentou.

Saiba o que passa para alçada da autarquia

De acordo com o protocolo assinado em Janeiro, passaram para a alçada da autarquia várias áreas. Entre estas, contam-se a zona envolvente da Torre de Belém, entre o Forte do Bom Sucesso e as instalações da Brigada Fiscal, e a área entre o hotel Altis Belém e o Padrão dos Descobrimentos, excluindo o Museu de Arte Popular.

O terrapleno da Junqueira e a zona entre o Parque das Missas e o parque de estacionamento junto à «pala» das Docas passam igualmente para a câmara, excluindo o terminal fluvial, o Museu da Electricidade e a zona de domínio público ferroviário.

A autarquia vai assumir ainda a jurisdição da zona da Ribeiras das Naus entre os edifícios das agências europeias (Segurança Marítima e Observatório da Droga e Toxicodependência) e a estação fluvial do Terreiro do Paço.

Entre as autarquia e o Estado

Foram igualmente identificadas áreas sem uso portuário exclusivo e para as quais se fará uma parceria pública entre o Estado e a câmara para a gestão conjunta.

O terrapleno de Santos, entre os estaleiros da Naval Rocha e o Clube Naval de Lisboa foram definidos como uma área sem uso portuário exclusivo.

As áreas da Matinha e de Pedrouços e das docas de náutica de recreio e do terminal de Alcântara ficarão serão sujeitas a um estudo sobre «a sua utilização e a sua configuração portuária futura».
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