235 milhões para reabilitar Centro Histórico do Porto - TVI

235 milhões para reabilitar Centro Histórico do Porto

235 milhões para reabilitar Centro Histórico do Porto

Objectivo é preservar e requalificar uma zona da cidade que foi considerada pela UNESCO como Património Mundial

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É precisamente no dia em que se assinala o 12º aniversário da classificação do Centro Histórico do Porto como Património Mundial, atribuída pela UNESCO, que a autarquia anunciou o Plano de Gestão desta zona da Invicta.

Segundo o arquitecto Rui Loza, do Conselho de Administração da Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo (SRU), «o centro histórico do Porto tem 1 796 edifícios. 443 estão em bom estado de conservação, 649 em estado médio, 575 em mau estado, 51 estão em obras e 78 em ruína».

Estado de conservação dos imóveis

«A grande preocupação é o facto de a grande maioria dos edifícios ser propriedade privada», adiantou.

Plano de reabilitação do Centro Histórico

Para preservar e reabilitar o Centro Histórico foi apresentado esta sexta-feira um projecto que compreende dez operações em 83 quarteirões e custará 235 milhões de euros, adiantou o responsável. «Este valor é o mesmo que custa a linha de metro entre o Terreiro do Paço e Santa Apolónia, em Lisboa», adiantou.

Procurar o envolvimento da população e de entidades privadas

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, esclarece que «não há no orçamento camarário verba suficiente para pagar a reabilitação da Baixa do Porto. Mesmo que houvesse um fundo público suficiente, isso seria deitar dinheiro fora». Para o autarca, «é impossível forçar a sociedade àquilo que a sociedade não quer». Por isso, este plano quer tornar, «não só o Centro Histórico, mas toda a Baixa do Porto num local atractivo para as pessoas, para que depois o poder económico queira investir», explicou.

«Não é suficiente que a Baixa tenha valor, é preciso que tenha utilidade e para isso é preciso que haja envolvimento da população», explica Rui Rio, garantindo que «a reabilitação de toda a Baixa é a segunda prioridade política da autarquia.

Neste momento, «há 7 mil habitantes no centro histórico, ocupando totalmente 861 edifícios e parcialmente 591. Apenas 293 estão devolutos», explica o arquitecto Rui Loza, explicando que apesar de tudo, o Centro Histórico continua habitado, ao contrário de outras zonas da Baixa, que se foram desertificando.

Não querendo avançar com prazos para que toda a reabilitação do Centro Histórico esteja completa, Rui Rio diz que «este é um projecto de geração». Contudo, adianta que «no prazo de 5 a 6 anos deveremos ter uma grande parte requalificada e mais pessoas a viver na Baixa do Porto».

Mesmo em dia de festa, Rio não poupou as críticas. «Não me lembro de nenhum Governo português que tivesse dado a devida importância à reabilitação urbana», afirmou o autarca que frisou, que, neste momento de crise, investir na reabilitação poderia dinamizar sectores como o da Construção Civil e gerar empregos.
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