«Injustiça», dizem professores «desterrados» - TVI

«Injustiça», dizem professores «desterrados»

Manifestação dos professores em Lisboa [Filipe Caetano]

Docentes com pior graduação ficam colocados mais próximos das suas áreas de residência, garantem

Relacionados
O Movimento Professores e Educadores Desterrados contestou esta sexta-feira a proposta do Governo relativa ao concurso de colocação de 2009, afirmando que a mesma permite que docentes com pior graduação fiquem colocados mais próximos das suas áreas de residência, escreve a Lusa.

Segundo um dos coordenadores do movimento, Fernando Machado, a proposta da equipa da ministra Maria de Lurdes Rodrigues pode colocar cerca de «20 mil professores a 50 quilómetros ou muito mais da sua residência», pelo que exige a correcção da «injustiça».

Mais um sindicato na manifestação

«Milhares de professores» já foram avaliados

«Deitam fora a colocação pela lista ordenada e a manifestação das preferências dos candidatos. Deitam fora o princípio da melhor graduação igual a melhor colocação», afirmou o docente, em declarações à Agência Lusa.

A Lusa tentou contactar, sem sucesso, o Ministério da Educação.

Estes professores vão ser obrigados a concorrer aos quadros de agrupamento e provavelmente só vão obter vaga em estabelecimentos de ensino afastados da zona onde residem.

Passam-lhes à frente

Desejam ser destacados para escolas mais próximas do sítio onde moram, mas afirmam que os docentes que pertencem aos quadros de uma área educativa (os chamados quadros de zona pedagógica - qzp) lhes passam à frente, preenchendo vagas que lhes deveriam ser destinadas por terem mais tempo de serviço e melhor graduação profissional.

Segundo Fernando Machado, a situação foi corrigida no Decreto-Lei 20/2006. A ministra da Educação, após a aprovação desse decreto, afirmou que o mesmo era «equilibrado» e permitia resolver a situação dos designados «professores desterrados». Agora a proposta de revisão desse decreto, acrescenta, é um retrocesso: «é voltar ao tempo dos professores desterrados».

«Remendou a situação em 2006 e agora quase três anos depois vai novamente afastar os professores das famílias, quando pensávamos que a situação estava, e bem, resolvida», criticou.

Os Quadros de Zona Pedagógica, que estão afectos a uma área educativa e não uma escola específica, manifestam as suas preferências em termos dos estabelecimentos de ensino onde querem leccionar no próximo ano lectivo e a quatro quadros de zona pedagógica, podendo ser colocados numa escola destas quatro zonas a centenas de quilómetros da sua residência.

Na proposta do Ministério da Educação, o destacamento, que possa a fazer parte da designada bolsa de recrutamento, os docentes são ordenados de acordo com a sua graduação profissional e na seguinte sequência:

- Primeiro, os docentes dos quadros de agrupamento ou escolas não agrupadas com ausência de componente lectiva e depois os quadros de zona pedagógica não colocados no concurso interno.

- Abaixo surgem os docentes dos quadros candidatos a destacamento por condições específicas seguidos dos docentes dos quadros candidatos a destacamento para aproximação à residência familiar.
Continue a ler esta notícia

Relacionados