Namorados cada vez mais vítimas de «carjacking» - TVI

Namorados cada vez mais vítimas de «carjacking»

Assalto a casais dentro de viaturas estacionadas acontece muitas vezes

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Namorar é cada vez mais um risco. As estatísticas da Polícia Judiciária relativas ao «carjacking» (roubo violento de veículos) apontam para um aumento gradual do número de casos em que os casais são vítimas dos assaltantes.

No ano passado equivaleram a quase 8 por cento (cerca de 30 casos) das ocorrências investigadas, enquanto em 2005 tinham tido um «peso» bastante inferior, de pouco mais de 2por cento, escreve o Jornal de Notícias.

Esta tendência destaca-se num relatório divulgado esta semana pela força policial, que consolida a prática de «carjacking» como um dos métodos de assalto que mais preocupam as autoridades.

Entre os anos de 2003 e 2006 triplicaram os casos registados, mantendo-se nos últimos dois anos uma média de 330 roubos violentos, na sua maior parte com recurso a armas de fogo. No total, houve 941 crimes, com as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

O assalto a casais de namorados ocupa a segunda posição na categoria «principais formas e circunstâncias onde é exercida a violência». Não é por acaso que uma das recomendações que consta do relatório da PJ, para a prevenção de roubos de carros, seja evitar ao máximo o estacionamento em zonas isoladas e pouco iluminadas.

Cenários mais comuns do «carjacking»

A Região Norte tem sido fértil em assaltos a casais, sobretudo os que se encontram no interior de viaturas de alta cilindrada paradas junto a praias ou outros sítios mais ermos. As orlas costeiras de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Gaia, Esposende e Matosinhos são as mais procuradas pelos assaltantes, que actuam quase sempre em grupo e armados.

Nos últimos tempos, a PJ do Porto e a de Braga desmantelaram pelo menos três gangues «especializados» neste tipo de acções criminosas.

Muitas vezes os assaltantes surpreenderam as vítimas durante a madrugada, partiram os vidros das viaturas e obrigaram-nas a sair. Além dos carros, levaram-lhes todos os bens de valor.

Globalmente, a via pública é o cenário mais comum do «carjacking» (43,3 por cento), seguindo-se as situações em que os condutores estão em manobras de estacionamento (16,97 por cento) ou estão a chegar às residências (8,79 por cento).

Em 8,18 por cento do total de ataques registados, as vítimas foram levadas à força até caixas multibanco e obrigadas a revelar os códigos dos cartões de crédito.

Factores que contribuem para o aumento do uso desta técnica

O relatório sublinha vários as causas para o recurso a esta forma «rápida e eficaz» de roubo. Entre eles destaca-se o reforço dos sistemas de segurança das viaturas, com o recurso a cartões codificados, mecanismos de alarme e de bloqueio, que dificultam os vulgares furtos, sem a presença do condutor.

O balanço relativo a este ano ainda não é conhecido, mas poderá vir a apresentar, segundo dados preliminares, um acréscimo de ocorrências em comparação com o ano transacto.

Grande parte das viaturas roubadas é depois utilizada em outros assaltos violentos, em que os principais alvos são ourivesarias ou bombas de gasolina. Muitas vezes os carros acabam incendiados, uma forma de apagar vestígios.

Alguns carros vão parar a armazéns e oficinas, de forma a serem desmantelados, para que as peças sejam depois vendidas no mercado paralelo. A PJ encontrou, este ano, espaços do género no Vale do Ave.

Podem ainda ser exportados para África, Espanha ou Leste, num esquema de viciação e tráfico de viaturas.
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