Governo encerra linha do Tua - TVI

Governo encerra linha do Tua

ARQUIVO. Acidente no Tua (PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA)

Até serem conhecidas causas do acidente que causou um morto e 47 feridos. Secretária de Estado tinha feito esta viagem há um dia

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A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, anunciou o encerramento temporário da Linha do Tua até se apurarem as causas do acidente que ocorreu esta sexta-feira com uma composição do metro de Mirandela. Esta governante exige mesmo «um relatório muito aprofundado» e garante que o técnico que vai fazer a investigação já está a caminho.

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Ana Paula Vitorino, que confessou ter feito «ontem [quinta-feira], por duas vezes» a viagem da linha do Tua, deslocou-se esta tarde ao local onde ocorreu o acidente. «São matérias muito sérias que têm de ser tratadas com toda a seriedade» e, por isso mesmo, acrescentou esta governante, que é também engenheira civil, «não poderia tomar outra decisão que não encerrar a linha»

A secretária de Estado, que contactou no local com os técnicos que analisaram o veículo sinistrado, disse que «numa primeira análise não há registo de anomalias na linha ou no material circulante».

A governante adiantou que a Refer faz manutenção da linha de 15 em 15 dias para analisar seu estado de conservação e, de acordo com os resultados da última vistoria, estava em condição de ser utilizada. «Mas o que é facto é que o acidente ocorreu, por isso vamos ver e analisar seriamente o que se passou», acrescentou.

Apesar de sublinhar que «o serviço ferroviário é muito importante para o desenvolvimento deste território e para o sistema de mobilidade do país», Ana Paula Vitorino lembrou que «as pessoas também têm de se sentir seguras».

«Gostava que houvesse condições para manter a linha», acrescentou, lembrando que houve quatro acidentes em ano e meio. Nos dois primeiros, disse, as causas estão devidamente identificadas: pedras que caíram para a linha. Em consequência, foram realizados trabalhos de consolidação da encosta e reduzida velocidade de circulação das composições. O inquérito aberto após o terceiro acidente ainda não foi concluído.

Após tomar conhecimento dos resultados das análises já feitas do local, onde se deslocaram esta manhã brigadas de investigação da Polícia Judiciária de da GNR, a secretária de Estado considerou que a assistência foi prestada de forma atempada e garantiu que até ao momento não foram detectados indícios de explosões no local.

A governante afirmou ainda que, independentemente da discussão em torno da construção ou não da Barragem do Tua, «enquanto houver serviço ferroviário ele tem de ser seguro. Por isso há que identificar os problemas que subsistem».

Defendendo que a ferrovia é importante para o sistema de mobilidade da região, Ana paula Vitorino afirmou que se a barragem for construída a EDP terá de assegurar alternativa. «O promotor terá de minimizar impactos negativos, incluindo submersão da linha», disse adiantando que a solução pode passar por uma nova linha a uma cota diferente ou noutro local.

Presidente da CP, Cardoso dos Reis, que acompanhou a secretária de Estado na deslocação, disse que ainda esta semana a composição acidentada foi vistoriada, não havendo qualquer indicação de que tenham sido problemas mecânicos a causar o acidente.

«O transporte ferroviário é dos mais seguros que há. Normalmente nunca acontecem acidentes. Em 120 anos, este foi o quarto acidente na Linha do Tua», todos no último ano e meio, disse.

Este acidente provocou a morte de uma mulher de 47 anos e ferimentos em 47 pessoas. Neste momento, estão ainda 23 feridos a receber tratamento hospitalar, sendo que dois continuam em estado grave.
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