Natal não é dia para dietas - TVI

Natal não é dia para dietas

  • Portugal Diário
  • Susana Bernardes da agência Lusa
  • 24 dez 2007, 15:30
Ceia de Natal [arquivo]

Especialistas desaconselham restrições alimentares. «Um dia não são dias e o Natal é a grande excepção anual», dizem. Mas «os dias a seguir já não são Natal. É necessário despachar as sobras» Natal: «acidente de calendário»? Vídeo: o que deseja este Natal?

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Uma mesa com azevias, rabanadas, filhós e bolo-rei pode não ser afinal um cenário proibido para quem se preocupa com a saúde e quer ao mesmo tempo deliciar-se com as iguarias natalícias, no entender de vários nutricionistas.

«Um Natal saudável é um Natal injusto», sintetizou à agência Lusa o nutricionista Fernando Póvoas.

Para Isabel do Carmo, endocrinologista e especialista em nutrição, «o saudável é comer (tudo) neste dia» enquanto para o nutricionista João Breda os abusos natalícios são tolerados desde que acompanhados de «boas caminhadas».

O problema do Natal está nos doces, sobretudo nos fritos, porque a tradicional ceia, composta por bacalhau, couve e batatas temperadas com azeite, é bem vista pelos especialistas atendendo ao seu valor nutricional.

Um dia não são dias

Os três nutricionistas contactados pela agência Lusa são unânimes em dizer que um dia não são dias e que o Natal é a grande excepção anual.

João Breda diz que «nunca ninguém quis que o Natal fosse saudável», mas que as pessoas «tivessem consciência que em termos calóricos é um risco».

Este especialista recorda que tradicionalmente só havia iguarias no dia de Natal, mas que actualmente os abusos culinários se estendem pelas «festas».

Para Isabel do Carmo, neste período são permitidos quatro dias de «transgressão», a véspera e o dia de Natal bem como o último e o primeiro dias do ano.

Mas para esta permissão é necessário, defende a endocrinologista, que se tenha cuidado na alimentação durante o resto do ano.

Igualmente permissivo à data, Fernando Póvoas defende que o Natal é um dia de «festa, de família e de sabores».

Este nutricionista defende, aliás, na sua «filosofia» de dieta, que se faça uma pausa no regime, um dia por semana.

Contudo, é peremptório: «Natal é Natal, os dias a seguir já não são. É necessário despachar as sobras».

Conselhos de especialistas

Para ajudar a digerir e a gastar calorias, João Breda aconselha uma boa caminhada, que deve ser diária e incluir mil passos, correspondente a um passeio de cerca de uma hora.

A actividade física é igualmente realçada por Fernando Póvoas, que defende a mudança de um «país de navegantes para um país de caminhantes».

Atendendo a que as refeições são prolongadas e em família, Fernando Póvoas aconselha a que se mastigue devagar, evitando estar sempre a comer, que se retire a pele do bacalhau, que não se abuse do azeite, apesar de ser uma gordura saudável, e que se prefira o vinho tinto e se evitem misturas e as bebidas brancas hiper calóricas e alcoólicas, como o whisky e a aguardente.

Porque esta altura do ano não parece muito aliciante fazer dieta, João Breda diz que regista um decréscimo de consultas em Dezembro, enquanto Isabel do Carmo adianta que não aconselha o início de dietas nesta altura.

Sobre a venda de produtos naturais, à venda nas farmácias, para limitar a absorção de gorduras, todos os especialistas desvalorizam o êxito deste recurso, contrariando a publicidade existente em algumas farmácias e imprensa.

Para Fernando Póvoas, estes produtos «só fazem mal à carteira e são um logro», enquanto Isabel do Carmo diz que se trata de «publicidade enganosa».
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