Educação: pais contra aumento de alunos por turma - TVI

Educação: pais contra aumento de alunos por turma

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Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação considera decisão um retrocesso na qualidade de ensino

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A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) lamenta a decisão do governo de aumentar o número de alunos por turma, considerando-a um retrocesso que piora a qualidade do ensino e aumenta a distração dos alunos.

«Esta forma de conceber a constituição de turmas confirma que os responsáveis pelo Ministério da Educação se debruçam exclusivamente sobre os números e as estatísticas, esquecendo que a escola é feita de pessoas», refere a CNIPE em comunicado hoje divulgado.

A confederação lembra que quanto mais crianças e jovens forem agrupados numa sala de aula maiores serão os estímulos à distração e à desconcentração e menores as possibilidades de haver um ensino mais individualizado.

O sucesso escolar sustentado é extremamente difícil de conseguir em turmas com mais de 18 alunos, sustenta a confederação, defendendo que aumentar o número de alunos por turma é hipotecar o futuro dos educandos e reduzir as possibilidades da escola pública poder contribuir para um salto qualitativo da sociedade.

«Esta medida em nada contribui para um aumento da exigência e do rigor, tão propalados pelo ministro Nuno Crato enquanto Docente e Presidente da associação portuguesa de matemática. Ela só serve outros interesses que não são certamente os educativos», afirma a CNIPE naquele comunicado.

Quanto à possibilidade de separar bons e maus alunos, a confederação recusa a existência de turmas diferentes consoante o ritmo de aprendizagem dos alunos, considerando que isso seria retroceder aos tempos das escolas primárias do Antigo Regime, «perpetuando-se, através da escola, as desigualdades sociais que cada vez são mais evidentes» em Portugal.

O aumento de alunos por turma foi anunciado esta semana num despacho governamental que determina, entre os 5º e 12º anos de escolaridade, o aumento do número máximo de estudantes por turma, dos 28 atuais para os 30, e o número mínimo dos 24 para os 26.
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