«As pessoas não se casam apenas para ter filhos» - TVI

«As pessoas não se casam apenas para ter filhos»

XXX Congresso do PSD - Foto Nuno Veiga/Lusa

Opus Gay diz que declarações de Ferreira Leite sobre casamentos homossexuais são «um progresso, mas insuficiente»

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O presidente da associação Opus Gay, António Serzedelo, afirmou esta quarta-feira que «as pessoas não se casam apenas para ter filhos, mas porque amam o seu parceiro» em resposta às declarações da líder do PSD sobre casamentos entre homossexuais.

«Existe uma diferença entre o matrimónio e o casamento. O que Manuela Ferreira Leite não entende é que as pessoas não se casam só para ter filhos, mas porque amam o seu parceiro», disse António Serzedelo à Lusa.

Na terça-feira à noite, numa entrevista à TVI, a primeira desde que foi eleita presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, disse aceitar as ligações homossexuais mas estar contra o seu reconhecimento como casamento.

«Já é um progresso»

«Eu não sou suficientemente retrógrada para ser contra as ligações homossexuais, aceito-as, são opções de cada um, é um problema de liberdade individual sobre o qual não me pronuncio. Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente», disse a presidente do PSD.

«Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual. A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, de regalias e até de medidas fiscais no sentido de promover a família como algo que tem por objectivo a procriação. É uma realidade. Chame-lhe o que quiser, não chame é o mesmo nome. Uma coisa é casamento, outra coisa é qualquer outra coisa», acrescentou.

O presidente da Opus Gay disse que não está surpreendido com os comentários de Manuela Ferreira Leite e «que já esperava este tipo de atitude do PSD». António Serzedelo afirmou, no entanto, que «representa já algum progresso no PSD, mas que não é obviamente o suficiente».

«O mais importante é antes de tudo a concessão de direitos aos casais. O que acontece hoje é que se tem direitos sem a atribuição do nome casamento, embora seja muito importante para nós ter esse reconhecimento», disse o dirigente da Opus Gay.
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