Cópias de escutas: Valentim pede esclarecimento

Valentim Loureiro pediu ao Tribunal de Gondomar que confirme se as cópias de gravações de escutas, que solicitou para sua defesa, são iguais aos originais já que faltam algumas conversas, disse hoje o seu advogado.

Amílcar Fernandes disse à Lusa que estão em causa escutas de conversas de Valentim Loureiro «com um ex-secretário de Estado e um político do PSD, que também incidiriam sobre uma visita do ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação de Futebol, Pinto de Sousa, a Moçambique».

O Jornal de Notícias fez hoje manchete do assunto, mas referia que as escutas, que faltavam no CD, se relacionam com conversas telefónicas mantidas entre Valentim Loureiro e Durão Barroso.

Amílcar Fernandes classificou como «uma coincidência espantosa» que essas escutas não constassem da cópia das gravações que lhe foi fornecida, embora estivessem na facturação detalhada do telemóvel, usado por Valentim Loureiro, e sejam referenciadas nos autos.

O advogado escusa-se a avançar o que fará caso se verifique que o original também não contém a escuta que reputa de «essencial» para a defesa do seu cliente.

«Ainda não pensei nisso. Pedi ao Tribunal para se certificar se a cópia é igual ao original», afirmou o advogado, admitindo, «para já», que o CD que lhe foi fornecido «tenha sido mal copiado».

Essas escutas permitem esclarecer, na perspectiva da defesa, se José Pinto de Sousa, ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, foi a Moçambique, numa comitiva de Durão Barroso.

Segundo o Ministério Público, Valentim Loureiro teria intercedido junto do então primeiro-ministro para incluir Pinto de Sousa na comitiva, «premiando-o por escolher os árbitros» que o Gondomar SC alegadamente pretendia.