Pagaram 25 euros para trabalhar e ficaram apeados - TVI

Pagaram 25 euros para trabalhar e ficaram apeados

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Mais de 100 pessoas contavam ir para a Holanda e foram deixadas na Campanhã

Mais de 100 pessoas que pagaram 25 euros para ir trabalhar para a Holanda numa fábrica de produtos alimentares foram deixadas sem transporte às portas da estação de Campanhã, no Porto, por entre denúncias de burla.

O conjunto de pessoas viu o anúncio de oferta de emprego publicado num diário nacional e na Internet e candidatou-se para ir trabalhar para a Holanda com a promessa de receber 10 euros por hora tendo assinado um documento e pago 25 euros cada uma, explicaram à Lusa vários cidadãos que na tarde desta sexta-feira resistiam ainda à espera do autocarro, depois de lhes ter sido dito para estarem no local às 08:00.

Sílvia Dias, de Matosinhos, disse que esta manhã ainda conseguiu falar com o alegado responsável da empresa Rubrimotion, de nome Carlos Pedro, que, confrontado com a possibilidade de se tratar de uma burla, respondeu que «não» era: « Se quiserem ir embora vão, se não, esperem porque a camioneta está atrasada.»

Ao começo da tarde, das cerca de 100 pessoas ainda se encontravam em Campanhã perto de 50, tendo algumas vendido as suas viaturas e outros bens para deixar à família que ficaria em Portugal, afirmou Vítor Gualdino, de 36 anos.

Depois de pagos os 25 euros, na sequência de uma entrevista decorrida na zona industrial de Vila Nova de Gaia no mês passado, as pessoas receberam uma declaração carimbada com os seus dados, incluindo o acrescento: «O candidato acima referenciado efetuou inscrição com a nossa empresa, tendo efetuado o pagamento da inscrição no valor de 25 euros (a inscrição é válida por três meses após assinatura).» O valor podia ser «restituído sempre que a empresa não proceda ao que se propõe».

Vários presentes realçaram a importância de dar a conhecer a sua situação, uma vez que estarão marcadas novas viagens no próximo dia 31 e no começo de setembro. «O que é que a gente vai fazer?», perguntava Sílvia Dias, lembrando os 500 euros de renda que tem para pagar e o marido que se encontra no desemprego.

Paula Lanho, 41 anos, referiu que a pessoa com quem contactaram tinha um veículo de matrícula holandesa e teria habitação em Guimarães, apesar de residir agora na Holanda.
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