Enfermeiros: Jovens licenciados protestam contra precariedade - TVI

Enfermeiros: Jovens licenciados protestam contra precariedade

Enfermeiros em protesto

Há hospitais que oferecem «dois euros à hora sem salário base», denunciam

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Cerca de quatro dezenas de enfermeiros à procura de primeiro emprego protestaram esta terça-feira, em frente ao Hospital São João, no Porto, contra a precariedade dos contratos de trabalhos dos profissionais de saúde e criticaram as medidas «economicistas» do Governo.

«Não entendemos que apesar de existir carência de enfermeiros, em quase todos os serviços, o Ministério da Saúde e o Governo estejam obcecados pela politica economicista que tornam quase nulas as admissões», disse à Lusa Fátima Monteiro, responsável pela direcção do Porto do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Na concentração, os enfermeiros criticaram o que designaram como «Sopa dos Desempregados» que «tem como cozinheiro» José Sócrates. Fátima Monteiro chamou atenção para a existência de horas de trabalho extraordinário, feitas pelos enfermeiros, em vez de contratos efectivos. Deu como exemplo o facto de «9800 horas pagas em trabalho extraordinário permitirem a contratação de 70 enfermeiros».

A sindicalista chamou ainda a atenção para as consequências do trabalho precário que prejudica o Serviço Nacional de Saúde: «Faz com que exista um aumento do ritmo de trabalho o que põe em causa não só a qualidade do serviço como também a própria segurança dos doentes».

Actualmente, revelou a sindicalista, existem cinco mil enfermeiros com contratos a prazo sendo que a região Norte é a zona mais afectado pelo desemprego dos profissionais de saúde.

«Andamos quatro anos a batalhar pelo curso e no final batemos a todas as portas e a justificação que nos dão é que por motivos económicos não estão a ser admitidos enfermeiros», desabafou Paulo Braga, licenciado em enfermagem desde de Junho.

Espanha é para muitos enfermeiros a porta que se abre quando em Portugal todas se fecham. «Já tratei de tudo no consulado espanhol e no início de Janeiro vou para Espanha. É triste ter que deixar o país mas é a única hipótese», revelou Paulo Braga.

O jovem enfermeiro sustentou que em Portugal «existem propostas indecentes em que pagam dois euros à hora sem salário base». «Ou então recebemos à comissão, sendo que por cada tratamento recebemos 10 por cento», acrescentou.
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