A avaliação externa das escolas vai passar a ter em conta a inclusão como indicador-chave. O secretário de Estado da Educação, João Costa, sublinhou, em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, que, com este novo fator, vai ser valorizado o trabalho das escolas no “progresso de cada aluno” e na “mobilidade social de cada aluno” e o trabalho desenvolvido com alunos que, à partida, têm mais dificuldades.
O que estamos a dizer é que uma escola não é só boa apenas com um resultado que, às vezes, nem é conseguido na escola, mas no centro de explicações do outro lado da rua, mas sim pelo trabalho que faz no progresso de cada aluno, na mobilidade social de cada aluno e no trabalho que faz com alunos que a partida têm mais dificuldades”, vincou João Costa, em declarações feitas aos jornalistas no Ministério da Educação.
Há ainda outros fatores que vão pesar na avaliação externa das escolas: o desenvolvimento do perfil dos alunos, o sucesso escolar como percurso de aprendizagem, a maior abrangência da atividade das escolas e o reforço do caráter formativo.
A ideia, explicou o secretário de Estado, é que a avaliação externa das escolas tenha em conta não apenas os resultados do estabelecimento de ensino, mas também "os seus diferentes projetos", as "suas diferentes iniciativas", a sua "dimensão comunitária".
É uma análise qualitativa que tem conta todo o trabalho que uma escola faz nos seus diferentes projetos, nas suas diferentes iniciativas, e sobretudo que não se centra apenas nos resultados mas muito nos processos, na dimensão comunitária e na dimensão inclusiva.”
Uma avaliação que deverá começar a partir de maio e que vai passar a incluir "as escolas privadas com financiamento público e as escolas profissionais". Para o governante, isto vai permitir "um olhar mais abrangente sobre a nossa rede de escolas".
Começamos a ter uma comparação que não se faz com um ranking que, muitas vezes, não nos diz nada sobre a qualidade de uma escola mas sim com indicadores muito mais finos e mais densos."
João Costa acrescentou que, muitas vezes, os rankings das escolas "dizem mais sobre a condição sócio-económica dos alunos do que sobre o trabalho que é feito no estabelecimento de ensino".
"Eu tenho dito muitas vezes que os rankings não dizem rigorosamente nada sobre a qualidade das escolas porque premeiam práticas de retenção, de seleçaão de alunos à entrada e, muitas vezes, dizem muito mais sobre a condição sócio-económica dos alunos do que sobre o trabalho que é feito na escola."
O secretário de Estado anunciou ainda três novidades sobre os rankings que serão divulgados pelo InfoEscolas, o portal das estatísticas do ensino básico e secundário que reúne os dados de cerca de 1.300.000 alunos, distribuídos por 5.200 escolas.
Este ano, serão disponibilizadas estatísticas por agrupamento para todos os ciclos do ensino básico e do secundário haverá indicadores de percursos no 1.º e 2.º ciclo - que têm em conta a conclusão destes ciclos no tempo normal - e haverá o indicador de sistema de garantia de qualidade para cursos profissionais, que informa se a escola tem o selo do EQAVET, o quadro de referência europeu que garante a qualidade dos cursos profissionais.