Protesto em São Bento: «Polícia unida jamais será vencida» - TVI

Protesto em São Bento: «Polícia unida jamais será vencida»

Forças de segurança pediram a demissão do Governo

Profissionais das forças de segurança pediram, esta quarta-feira, a demissão do Governo, junto à residência oficial do primeiro-ministro, no final do desfile iniciado na Voz do Operário, no termo do encontro nacional de sindicatos e associações profissionais do setor.

Após o percurso, que durou cerca de uma hora, feito em silêncio, com exceção de alguns assobios, os profissionais das forças de segurança acabaram por gritar palavras de ordem, à chegada à residência oficial de Pedro Passos Coelho.

«Polícia Unida Jamais será Vencida», «Está na hora do Governo ir embora» e «Demissão, demissão» foram algumas das palavras de ordem, tendo os presentes cantado o Hino Nacional. Cerca de 10 polícias fardados estão a fazer um cordão, para separar os colegas da zona residencial de São Bento.

No meio do protesto são visíveis cerca de uma dezena de bandeiras de dois sindicatos.

Organizado pela Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança (CCP), a caminhada entre a zona da Graça e São Bento, foi antecedida do encontro nacional no qual se tomou a decisão de entregar a moção ao primeiro-ministro.

Os cerca de 500 profissionais das forças e serviços de segurança presentes no encontro quiseram acompanhar a delegação da CCP que ia entregar o documento à residência oficial do primeiro-ministro.

O secretário nacional da CCP, Paulo Rodrigues, disse aos jornalistas que «não se trata de uma manifestação, nem de um desfile», uma vez que os profissionais não iam dizer palavras de ordem, nem exibir cartazes ou outros dísticos, durante o percurso.

A meio do caminho, porém, começaram a ser ouvidos assobios e algumas palavras de protesto.

No encontro nacional foi ainda aprovada a realização de uma semana de luta que deverá realizar-se no início de setembro, em que cada estrutura sindical vai organizar o seu próprio protesto.

A CCP congrega as estruturas sindicais mais representativas da GNR, PSP, ASAE, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Guarda Prisional e Polícia Marítima.

O encontro de hoje contou com a participação de sindicatos da PSP e associações da GNR, que não integram a CCP.

«Apesar de a iniciativa ser organizada pela CCP, o convite foi extensivo a todas as organizações sindicais, porque neste momento as medidas que estão a ser anunciadas pelo Governo vão prejudicar todo o setor da segurança. Por isso, tem de haver uma união na defesa dos diretos dos vários profissionais, mas também na defesa da segurança pública», adiantou o secretário nacional da CCP, Paulo Rodrigues.

O aumento da idade da pré-reforma dos polícias, a subida das contribuições para os subsistemas de saúde, o aumento do horário de trabalho da função pública das 35 para as 40 horas semanais, e alterações ao modelo de atribuição dos suplementos são algumas das medidas de austeridade contestadas pelas associações de profissionais.

Os profissionais das forças e serviços de segurança estão dispostos a desenvolver várias formas de luta em defesa dos seus direitos, garantiu Paulo Rodrigues.

As centenas de profissionais das forças e serviços de segurança desmobilizaram depois de entregarem uma moção sobre o impacto das medidas de austeridade anunciadas para o setor.

[notícia atualizada às 19:53]
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