Guantanamo: UE quer ajudar Obama

O coordenador da luta anti-terrorista da União Europeia, Gilles de Kerchove, pediu esta terça-feira aos 27 uma acção colectiva para ajudar a nova administração norte-americana de Barack Obama a encerrar rapidamente a prisão de Guantanamo, noticia a Lusa.

Durante uma reunião da Comissão de Justiça e Interior do Parlamento Europeu, Giles de Kerchove assegurou que resposta da União Europeia (UE) poderá ser «uma contribuição útil» para um «assunto complicado».

De acordo com o mesmo responsável, os 27 poderiam ajudar Obama a adoptar «rapidamente uma medida» impulsionando «uma solução de tipo europeu» para os prisioneiros, como seja um tribunal especial.

«Terminou o tempo da crítica e da denúncia e chegou o momento da ajudar e contribuir», vincou, perante os deputados do Parlamento Europeu. Giles de Kerchove explicou que o principal problema é o destino dos reclusos de Guantanamo, pois existem categorias distintas.

«Há cerca de 100 perigosos que se podem julgar rapidamente e cerca de 50 que não são perigosos e que se poderiam libertar», afirmou, acrescentando que existe «uma categoria intermédia que é a mais complicada».

A justificar esta afirmação, Kerchove explicou que nesta categoria intermédia «há gente perigosa» mas que «em muitos casos foi torturada» e, por isso, a informação que existe sobre as suas actividades «nem sempre foi obtida de forma lícita».

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE têm agendado para a próxima segunda-feira uma reunião para analisar o tema de Guantanamo, em que se inclui a petição de Portugal, que solicitou um «planeamento europeu» sobre o assunto, explicou Kerchove.

O coordenador anti-terrorista europeu adiantou que até ao momento não houve contactos com a nova administração norte-americana, pois o presidente Barack Obama deu «instruções específicas à sua equipa de transição para que não falasse» sobre este assunto antes da tomada de posse.