Massagens contra a dor do cancro - TVI

Massagens contra a dor do cancro

Massagens

Projecto pretende melhorar a qualidade de vida e reforçar a auto-estima dos doentes que sofrem de cancro

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O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, está a proporcionar aos doentes, massagens anti-stress e de combate à dor, que contribuem para reduzir a medicação e «aliviar» assim o peso do cancro, segundo informações da Lusa.

O projecto arrancou em 2005 e já beneficiou cerca de uma centena de doentes oncológicos no IPO em Coimbra, disseram os enfermeiros Ana Lúcia Morais e Sérgio Santiago, co-autores e que se mantêm no programa desde o início.

Inicialmente, destinava-se a enfermeiros, tendo em vista a «redução do stress de lidar com doentes oncológicos, a gestão de emoções e o aumento da produtividades» dos profissionais.

Passados seis meses, centrou-se nos doentes oncológicos, no âmbito da Unidade da Dor, com sessões semanais de massagens, relaxamento guiado por voz e musicoterapia.

O projecto tem por objectivos romper com o ciclo «dor/mal-estar/dor», melhorar a qualidade de vida, com promoção do sono e repouso, e reforçar a auto-estima e autonomia do doente com cancro.

«O efeito mais notório relatado pelos doentes é a diminuição da dor, com efectiva redução da medicação S.O.S, analgésicos para dor aguda», disse Sérgio Santiago, sublinhando a «grande importância da massagem, segundo estudos realizados, na redução da ansiedade e até da depressão».

Comparando os registos da intensidade da dor sentida pelos doentes antes e depois da sessão de massagem, constata-se uma «redução para cerca de metade», acrescentou.

«Os doentes referem também que já conseguem realizar mais actividades e que sentem mais energia. A medicação alivia a dor mas não relaxa», disse.

«A dor, actualmente, é considerada o quinto sinal vital»

O alívio da dor acaba por resultar numa «melhoria do padrão de sono e da ansiedade», afirmou Ana Lúcia Morais, sublinhando que «a dor está muito presente, é um fardo pesado, no doente oncológico».

«Temos doentes que até adormecem durante a massagem, que pode ser total ou localizada e é acompanhada de música ambiente», disse a enfermeira, referindo que «a dor, actualmente, é considerada o quinto sinal vital, por ser um sintoma muito comum».

Há pacientes que se deslocam, de propósito, de zonas como Seia, Castelo Branco, Tomar, Viseu ou Guarda.

O projecto funciona actualmente com dez enfermeiros e, desde Janeiro, com duas sessões semanais, às terças e quartas-feiras.

«O ideal seria termos um espaço próprio, no hospital, porque temos consciência de que há muitos doentes na instituição que poderiam beneficiar das sessões, mas não temos actualmente meios para essa resposta», afirmou Ana Lúcia Morais.
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