Porto: momento para «investigar» - TVI

Porto: momento para «investigar»

  • Portugal Diário
  • 10 dez 2007, 17:59

Ministro da Justiça não quer «fazer considerações». BE quer «mais leis»

Relacionados
O ministro da Justiça, Alberto Costa, disse esta segunda-feira que o momento «não é para fazer considerações e reflexões sobre o que está a acontecer na noite lisboeta e portuense», preferindo apostar na investigação dos crimes.

«Não é o momento para fazer considerações e reflexões sobre o que está a acontecer na noite lisboeta e portuense, deixarei isso para mais tarde. Estamos num momento em que é preciso investigar, esclarecer o que aconteceu e deter quem prevaricou», disse Alberto Costa, em conversa telefónica com a agência Lusa a partir do Canadá.

Depois de realçar que «essas preocupações prevalecem em relação às considerações», o ministro da Justiça vincou: «Confio plenamente na PJ, uma polícia competente e com provas dadas, e estou certo que já está a trabalhar intensamente para o esclarecimento destes crimes».

O ministro Alberto Costa está a caminho de Washington para participar na reunião da «troika» na área da Justiça e dos Assuntos Internos entre a União Europeia e os Estados Unidos da América, integrada no programa da Presidência Portuguesa da União Europeia.

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, acompanha o seu colega da Justiça nesta deslocação aos EUA.

Entretanto, o director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Alípio Ribeiro, manifestou-se hoje convicto de que a situação de crimes violentos no Porto e Lisboa «vai parar» e que as investigações estão «bem encaminhadas».

À margem do encerramento da exposição «Contra a Corrupção: Integridade e Transparência», no Ministério das Finanças e da Administração Pública, o director nacional da PJ declarou aos jornalistas ter estado hoje de manhã em contacto com o director nacional adjunto da PJ do Porto e assegurou que as investigações «estão devidamente encaminhadas».

BE quer aprovação urgente de leis

O deputado bloquista Francisco Louçã defendeu a aprovação urgente de leis contra a corrupção, considerando que é a via mais fácil para «apanhar os mafiosos» e combater a criminalidade organizada.

«É muito mais fácil apanhar um mafioso pela investigação do dinheiro sujo do que pela denúncia», afirmou Louçã, sustentando que «a sexta morte nos conflitos de "gangs" do Porto são um alerta para um problema de criminalidade extremamente grave».

Em conferência de imprensa no Parlamento, o deputado do BE considerou que cabe às forças de segurança dizerem se têm ou não os meios necessários à investigação e à prevenção da criminalidade violenta, frisando que o governo deve assegurar aqueles meios.

Para Francisco Louçã, os crimes na noite do Porto são «um caso excepcional e têm que ser tratados como tal».

«Sobre isso, a polícia terá que responder. Se não tem os meios necessários, tem que dizer ao país que não tem os meios necessários», afirmou.

Para além dos meios, frisou, a Assembleia da República deve avançar rapidamente na aprovação das leis de combate à corrupção.

«É preciso apanhar os criminosos com a mão no gatilho e é preciso apanhar os criminosos com a mão na massa», afirmou Louçã, considerando que «em Portugal há instrumentos deficitários no combate ao crime com motivações económicas».

«Há um atraso lamentável a respeito das leis do combate à corrupção. Passaram mais de seis meses e não há resposta em relação ao branqueamento de capitais, ao narcotráfico e à corrupção», criticou Francisco Louçã.

O deputado bloquista referia-se aos projectos de lei de combate à corrupção aprovados na generalidade há seis meses no Parlamento.
Continue a ler esta notícia

Relacionados