Elevado risco de contágio de tuberculose obriga a despiste em Pombal - TVI

Elevado risco de contágio de tuberculose obriga a despiste em Pombal

Gripe A em Valença

Detetado um caso multirresistente num emigrante ucraniano que recusa ser tratado e faz vida normal

Relacionados
O elevado risco de contágio de tuberculose vai obrigar ao rastreio da doença em Foitos, lugar da freguesia do Louriçal, Pombal, disse à Lusa o delegado de saúde do concelho, nesta quarta-feira.

José Ruivo explicou que o facto de ter sido detetado há sete meses um caso de tuberculose multirresistente num imigrante que recusa o tratamento vai levar os serviços de saúde a avançar com exames de despiste da doença junto da população.

«Da primeira vez o despiste foi realizado em 22 pessoas. Agora não posso avançar um número, mas a gravidade da situação e o receio legítimo de quem conviva com o indivíduo obrigará a tomar esta ação, até porque estamos a falar de um bacilo resistente a antibióticos e está em causa a saúde pública», justificou José Ruivo.

O delegado de saúde de Pombal alertou, contudo, que esse passo só poderá ser dado «assim que seja encontrada uma solução do caso já diagnosticado, ou seja, após a saída do indivíduo da aldeia».

Um primeiro caso de tuberculose foi detetado há cerca de sete meses, no mesmo lugar, revelou. O indivíduo, um ucraniano, foi tratado e entretanto terá regressado a casa, adiantou José Ruivo.

Entretanto foi realizado um despiste às pessoas que conviviam com o homem e foi diagnosticada a tuberculose multirresistente num outro ucraniano, que recusou efetuar o tratamento.

«O serviço de Estrangeiros e Fronteiras confirmou que o indivíduo se encontrava em situação ilegal, mas a verdade é que não é possível fazer o repatriamento enquanto subsistir o perigo de contágio, até porque nenhuma companhia aérea aceita transportá-lo», constatou o delegado de saúde.

José Ruivo explicou que «foi pedido o internamento compulsivo, mas o Serviço de Infetocontagiosas do Hospital dos Covões, em Coimbra, disse que não podia tratar os doentes de forma coerciva».

O doente «foi encaminhado para o Estabelecimento Prisional de Caxias, que, por seu lado, informou que só pode tratar de reclusos e, por isso, devolveu-o à comunidade, continuando a fazer a sua vida normal» no lugar de Foitos, esclareceu.

«Parecia, à partida, um caso simples de resolver em poucos dias, mas andamos há meses nisto e, neste momento, os serviços de saúde, ao contrário do que se passa com os doentes mentais, não têm mais poderes. A situação está entregue no Tribunal [de Pombal] e a resolução do problema tem que passar por aí», frisou o responsável.

José Ruivo alertou, contudo, para a morosidade do processo, receando que ¿o tempo dos tribunais não seja o da saúde pública».

O responsável destacou a facilidade de contágio da doença através da saliva ou quando é lançado para o ar o bacilo da tuberculose dentro de pequenas «gotículas» que se formam quando a pessoa tosse, espirra ou mesmo quando fala, e que ficam em suspensão durante algum tempo.
Continue a ler esta notícia

Relacionados