Partidos devem criar «pacto político sério de combate à pobreza» - TVI

Partidos devem criar «pacto político sério de combate à pobreza»

Marinho PInto

Marinho Pinto considera que este será o «primeiro passo para o desenvolvimento».

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA) afirmou esta terça-feira que é «urgente exigir» aos dirigentes políticos e partidários um «pacto político sério de combate à pobreza», que constituirá o «primeiro passo para o desenvolvimento».

«Devemos exigir às elites políticos deste país que consensualizem entre si um pacto de combate à pobreza», afirmou Marinho e Pinto no seminário «A Pobreza e os Direitos Humanos», organizado pela Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), que está a decorrer em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, à margem do seminário, o bastonário defendeu que todos os partidos políticos «deveriam empenhar-se, pôr um pouco de lado as questões ideológicas que os separam e estabelecer um pacto político sério que conduza à erradicação da pobreza».

«A pobreza não permite a cidadania, não permite a igualdade, ninguém é livre se não satisfizer as suas necessidades. A pobreza é uma negação da solidariedade social e nega a justiça social», sublinhou.

Nesse sentido, defendeu Marinho e Pinto, «é um imperativo de Estado, é um imperativo cívico, mas também é um imperativo de justiça que todos se mobilizem» para esta luta.

Para o bastonário, este combate deve estar na «primeira linha» das preocupações dos políticos e «não o que está a acontecer agora, o empobrecimento deliberado da população portuguesa, sobretudo da população mais frágil».

Defendeu ainda que combater a pobreza «com coerência e com consequência gera desenvolvimento».

«O que hoje temos na mesa da governação, não só em Portugal como na Europa, é que para desenvolver é preciso empobrecer», o que, afirmou, «é um contrassenso» e «profundamente errado».

Para Marinho e Pinto, se esta política não for parada a tempo vai ter «consequências dramáticas para o país», nomeadamente em áreas como a educação, saúde e justiça.

«Está a desinvestir-se nos professores, que são a força motriz da educação, está a desinvestir-se na saúde, com todos os cortes e ameaças de cortes, e sobretudo está a pôr-se em causa a justiça e, consequentemente, a própria paz social», lamentou.

Relativamente à justiça, o bastonário afirmou que «está a ser deliberadamente degradada para favorecer as negociatas privadas em torno da justiça, como outrora se degradou a saúde pública para favorecer os negócios privados em torno da saúde».

«Isto está a acontecer aos olhos de toda a gente e, sobretudo, embrulhado num discurso político populista demagógico por parte deste Governo», criticou.

O bastonário considerou que chegou a altura da sociedade «se mobilizar e dizer não a estas formas de governar e, sobretudo, aos objetivos que estão a conduzir o país com esta governação».
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