As 32 mulheres que entre Janeiro e Agosto de 2008 morreram em Portugal vítimas de agressões dos companheiros provam «claramente» que a violência doméstica deve ser «atacada a sério» no País, defende a União da Mulher - Alternativa e Resposta (UMAR).
Almerinda Bento, dirigente da UMAR, disse este domingo à Lusa que a violência doméstica se assume «cada vez mais como um dos problemas mais fortes» das mulheres em Portugal.
«A UMAR, por exemplo, tem duas casas-abrigo para mulheres vítimas de maus tratos, com capacidade para umas 60 utentes, e a verdade é que estão sempre lotadas. Quando uma mulher sai, entra logo outra. Um sinal claro de que o fenómeno não pára», acrescentou.
Aquela activista falava em Vigo, na Galiza, Espanha, onde participou numa manifestação contra a violência doméstica e pelos direitos das mulheres, que juntou perto de 10 mil «vozes femininas» dos cinco continentes.
O baixo nível de escolaridade e o consequente baixo nível salarial são outros dos problemas que Almerinda Bento aponta como sendo dos maiores problemas das mulheres portuguesas.
«Mas também se continua a registar uma grande discriminação salarial para trabalho exactamente igual. Por norma, os homens ganham mais do que as mulheres», acrescentou.
Uma opinião partilhada por Sandra Frade, da Associação para a Justiça e Paz, que também marcou presença na manifestação de hoje e que sublinhou «o longo caminho que falta percorrer» para que em Portugal as mulheres sejam vistas e tratadas «de igual para igual» em relação aos homens.
Promovida pela Marcha Mundial das Mulheres, a manifestação teve ainda como motes o apelo à paz e à desmilitarização, a exigência da soberania alimentar para os povos de todo o mundo e a defesa do aborto legal, livre e gratuito.
Violência doméstica já matou 32 mulheres em Portugal
- Redação
- - LM
- 19 out 2008, 14:32
UMAR conta que tem duas casas-abrigo e que estão sempre lotadas. «Quando uma mulher sai, entra logo outra»
Continue a ler esta notícia