Há mais de 500 crianças que ninguém quer adoptar - TVI

Há mais de 500 crianças que ninguém quer adoptar

Bebé

Nenhum dos 2.493 candidatos à adopção aceita as condições das crianças

Relacionados
Mais de 500 crianças com situação jurídica definida para serem adoptadas não são pretendidas por qualquer dos 2.493 candidatos à adopção inscritos na Segurança Social, segundo a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação.

«Ninguém as quer adoptar porque estão fora das pretensões dos candidatos. Têm mais de três anos, não são brancas, têm uma doença ou uma deficiência e têm irmãos», disse.

Idália Moniz falava aos jornalistas a propósito do relatório sobre a situação das crianças e jovens em acolhimento, um documento entregue anualmente no Parlamento e que aponta para a existência em 2009 de mais de nove mil crianças em instituições de acolhimento.

A adopção é um dos futuros previstos para estas crianças mas apenas 10 por cento dos jovens acolhidos tem esta solução como projecto de vida, um dado que, segundo a secretária de Estado, está relacionado com a idade cada vez mais avançada das crianças que entram em acolhimento e com as preferências dos candidatos que incidem em crianças muito pequenas.

Segundo Idália Moniz, as 574 crianças que ninguém quer adoptar não reúnem as características que os candidatos pretendem, sonhando com um filho ideal que na verdade nunca existe.

«Temos sempre o desejo de ter o filho ideal mas quem tem filhos sabe que o filho ideal não existe, são como são e nós aceitamo-los como são», disse.

De acordo com dados das listas nacionais de adopção referentes a Fevereiro, estão inscritos 2.493 candidatos à adopção e destes 2.323 querem crianças entre os 0 e os 3 anos, 1994 gostariam que fosse branca, apenas três aceitam adoptar crianças com problemas de saúde graves, cinco com deficiência, 170 com problemas de saúde ligeiros e 464 admitem adoptar irmãos.

Idália Moniz disse ainda que candidatos que coloquem todas estas restrições poderão levar anos a adoptar uma criança pura e simplesmente porque esta não existe. Sem restrições, adiantou, o tempo médio de um processo desde a criança é colocada em situação de adaptabilidade ronda os 60 dias e a adopção poder ser decretada em nove meses.
Continue a ler esta notícia

Relacionados