“O objetivo da vigília é chamar mais uma vez a atenção do ministério para as dificuldades que os técnicos estão a passar no Instituto Nacional de Emergência Médica. Para alertar para que as negociações sobre a carreira continuem, porque a carreira é o fator principal da greve às horas extra decretada pelos sindicatos”, afirmou à agência Lusa Rui Gonçalves, representante da comissão de trabalhadores.
Em declarações à TVI, Rui Gonçalves esclareceu que este não foi um protesto marcado pelos sindicatos ou pela comissão de trabalhadores, mas sim uma decisão espontânea de todos.
O Ministério da Saúde decidiu, no dia 22 de junho, adiar ‘sine dia’ a reunião de negociação sindical com os técnicos de ambulância de emergência, em reposta à decisão de manter a greve às horas extraordinárias, em vigor desde o dia 24 de junho.
Os trabalhadores do INEM pretendem garantias de homologação da carreira de técnico de emergência e exigem ainda a reposição das 35 horas de trabalho semanais.
Sobre a greve às horas extra, a comissão de trabalhadores refere que até terça-feira esteve maioritariamente a ser cumprida em Lisboa, “com um ou dois meios parados por dia” na sequência dessa paralisação.
Quanto ao fato do presidente do INEM já ter afirmado que a greve não tem tido adesão, Rui Gonçalves discorda:
"No primeiro dia de greve, o senhor presidente esteve no parlamento e informou que estaria apenas um meio parado e, na verdade estavam três. Acontece é que com a redução do dispositivo que foi efetuada por este conselho diretivo, efetivamente, em Lisboa foram retirados quase todos os turnos extraordinários... o que de alguma forma impossibilita que haja uma greve às horas extraodinárias".
Todavia, lembra Rui Gonçalves da Comissão de Trabalhadores "no resto do país isso ainda não aconteceu e agora em julho, que há uma necessidade maior de trabalho extraordinario, é que vamos ver qual é a adesão à greve"
Sobre o fato da greve ter efeitos no socorro à população, Rui Gonçalves, garante que é a redução dos turnos e do dispositivo, decidida pelo INEM, "que está a criar complicações e atraso no socorro à população".
Relata mesmo o caso de uma equipa do INEM ameaçada e agredida, em Lisboa, por ter chegada com muito tempo de atraso ao local, em relação ao tempo normal. Quando chegaram a vítima já tinha sido transportada por outros meios.
Rui Gonçalves confirmou ainda à TVI que a Comissão da Trabalhadores já tem, entretanto, uma reunião com a tutela marcada para dia 7 de julho, mas que não irá avançar com "negociações da carreira de técnico de emergência", porque isso compete aos sindicatos.
Em declarações à Lusa, Paulo Andrade, um dos trabalhadores responsáveis pela organização desta iniciativa, referiu que estava agendada nova reunião negocial para dia 14 deste mês.