Regresso de Saramago a Portugal foi uma «viagem de afecto» - TVI

Regresso de Saramago a Portugal foi uma «viagem de afecto»

José Saramago (Lux)

Ministra da Cultura descreveu o ambiente da viagem de regresso do escritor

«Afecto» foi a palavra que a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, utilizou para sintetizar o ambiente vivido em Lanzarote e na viagem de avião que trouxe o corpo de José Saramago para Lisboa.

À saída dos Paços do Concelho, Gabriela Canavilhas disse que se quisesse usar uma única palavra para qualificar tudo o que se passou desde que, na sexta-feira, chegou a Lanzarote, essa seria a palavra «afecto».

A ministra esteve algumas horas no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Lisboa, onde o corpo de Saramago se encontra em câmara ardente e por onde tem passado um permanente cortejo de milhares de pessoas desde que as portas foram abertas.

Para Gabriela Canavilhas, foi «emocionante» a viagem de avião que trouxe, esta manhã, o corpo de Saramago de Lanzarote para Lisboa.

«Quando o avião aterrou, partilhei com Pilar (del Río) que Saramago regressava a Portugal, e foi uma sensação muito especial, um sentimento muito interessante», disse a ministra à agência Lusa.

Ao contrário do que se poderia pensar, acrescentou, a viagem de regresso foi vivida «num ambiente leve, de companheirismo, por estarmos todos juntos no regresso a casa de um cidadão português». Esta sensação foi confirmada na Câmara de Lisboa, «com as muitas pessoas que têm vindo prestar uma última homenagem».

«Em Lanzarote não se sentia choro nem tristeza», sublinhou a ministra, explicando: «O que marcava o rosto das pessoas era o afecto e uma quase alegria de todos por estarmos mais umas horas com Saramago».

«Saramago conquistou durante a vida o coração dos portugueses», disse ainda. «Mesmo em Lanzarote, todas as palavras eram tão afectuosas que ultrapassavam o pesar do momento e contrariavam as imagens que tínhamos do Saramago em vida».

A ministra da Cultura afirmou que «é muito bonito que Portugal e Espanha queiram partilhar as cinzas de José Saramago», mas que não lhe compete pronunciar-se sobre o destino a dar-lhes.
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