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Portugal não se dá com estes países

Luís Amado

Luís Amado admite insuficiências na relação com alguns países da África Austral e Central

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O ministro português dos Negócios Estrangeiros admitiu, esta sexta-feira, em Luanda, a existência de insuficiências na relação de Portugal com a região da África Austral e Central, no final do II Seminário Diplomático que teve lugar na capital angolana.

Em declarações à Lusa, Luís Amado decifrou as insuficiências como a falta de «acordos instrumentais» para o bom relacionamento com esses países, como sejam os protecção do investimento ou de dupla tributação, que existem em Angola ou Moçambique, levando a que as empresas portuguesas procurem «estes e não outros mercados na região» para se instalarem.

«Temos algumas insuficiências na relação com esta região da África Austral e Central.

Há um grande interesse da parte de Portugal em aprofundar as relações com toda esta vasta região que está num processo de integração económica e política, que vai demorar mais década menos década a realizar-se mas é o caminho para o seu desenvolvimento», apontou.

Neste seminário em Luanda foram identificados ainda outros problemas como as «insuficiências de representação diplomática em muitos destes países e em países importantes». Estes constrangimentos colocam-se com maior acuidade nomeadamente nos países que não são de língua portuguesa.

«Temos também alguns problemas de presença dos nossos interesses culturais e de língua, que estão praticamente alheados de alguns desses importantes países, apesar de em alguns deles haver importantes comunidades portuguesas, como o Zimbabué, a Namíbia ou nos Congos (Brazzaville e Kinshasa)», disse.

Nos países que Amado nomeou há uma importante presença portuguesa «mas pouca iniciativa na área cultural», havendo ainda «dificuldades na presença de empresas portuguesas em alguns destes mercados».

«Nessa perspectiva, de identificação dos problemas e na definição de uma orientação mais estratégica na abordagem a esta matéria por parte dos vários interesses de Portugal, foi muito positivo este seminário, enriquecido pela informação que nos chegou», salientou.

Informação esta para a qual contribuíram intervenções, sempre à porta fechada, como, de resto, todo o seminário, do ministro das Relações Exteriores de Angola, Assunção dos Anjos, da Economia, Manuel Nunes Júnior, ou do secretário executivo da Comissão do Golfo da Guiné, que integra oito países da região, incluindo Angola e São Tomé.

«É um balanço muito positivo, conhecemos melhor a realidade para definir melhor algumas orientações para o futuro, aproveitar com mais eficácia os recursos que apesar de tudo o Estado português aqui identifica, tendo em conta a língua, as empresas presentes, as comunidades e o conhecimento histórico proporcionado por muitos séculos de presença nesta vasta região», concluiu.
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