Pescador morre na barra de Esposende - TVI

Pescador morre na barra de Esposende

Mau tempo: derrocada de bar de praia em Esposende (EU VI, Paula Nozes)

O presidente da Associação de pescadores de Esposende culpa a degradação da barra, a que chamou «barra assassina»

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Um pescador de 45 anos morreu esta quinta-feira à saída da barra em Esposende, depois de um «golpe de mar» o ter feito cair à água da embarcação em que seguia, informou o comandante da Capitania de Viana do Castelo.

Segundo Raul Risso, na embarcação «Santo Amaro» ia um outro pescador, que escapou «completamente ileso».

Ambos os pescadores envergavam o colete salva-vidas.

O corpo esteve desaparecido durante cerca de meia hora, mas acabou por dar à costa a sul da entrada da barra.

O presidente da Associação de Pescadores de Esposende, Augusto Silva, culpou o assoreamento da barra e a «completa degradação» do molhe de proteção pela morte de mais um homem do mar naquele concelho.

«O mar hoje até está calmo, mas com a falta de condições da nossa barra o pior pode acontecer a todo o momento. Como está, é uma barra assassina», referiu Augusto Silva à Lusa.

Para aquele dirigente associativo, a culpa foi, mais uma vez, do assoreamento da barra, que estava «completamente seca», e da inexistência de um molhe de proteção a norte.

«O molhe que existia já estava completamente degradado, mas acabou de vez com as marés vivas do último inverno. Os pescadores saem para o mar completamente entregues à sua sorte», criticou.

Augusto Silva disse que os pescadores já lutam «há 100 anos» por uma barra condigna, mas até aqui apenas têm conseguido «promessas».

O pescador que hoje morreu tinha regressado à faina há cerca de três meses, depois de uma incursão pela construção civil.

«Com a crise na construção, voltou ao mar e o mar deu-lhe isto», lamentou.

Segundo Augusto Silva, naquela barra já morreu cerca de uma dezena de pescadores, tendo o último acidente mortal sido registado «há seis ou sete anos».

«Mas os sustos são constantes e esses não entram nas estatísticas. Eu ainda há uma semana estive quatro horas literalmente preso, entre as 04:00 e as 08:00, em cima de uma coroa de areia. São situações que se registam e se repetem quase diariamente», afirmou.
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