Acidente: repatriamento dos cadáveres pode demorar dois dias - TVI

Acidente: repatriamento dos cadáveres pode demorar dois dias

Seis portugueses morreram em Espanha

Seis trabalhadores portugueses morreram numa colisão em Espanha. Número de vítimas atrasa o processo de autópsia

O repatriamento dos cadáveres dos seis trabalhadores portugueses que morreram quinta-feira na colisão, em Palência (Espanha), de uma carrinha e um camião portugueses, poderá demorar pelo menos dois dias, disseram à Lusa fontes consulares portugueses.

O acidente causou ainda um ferido, o motorista do camião, que está hospitalizado, livre de perigo e já fora dos cuidados médicos intensivos, no Hospital Geral de Palência.

«O paciente está consciente e regista-se uma evolução favorável no seu estado. As lesões de que padece não revestem gravidade», disse à Lusa fonte desta unidade hospitalar, afirmando desconhecer quando poderá receber alta.

No que toca às vítimas mortais, fontes consulares ouvidas pela Lusa explicaram que os cadáveres das seis vítimas estão em duas morgues da cidade de Palência, a Morgue San Millan e a Morgue Palência, onde serão sujeitos a autópsias, antes do inicio do processo administrativo para confirmação de identidades.

Número de vítimas atrasa o processo

«A situação está a avançar mas a magnitude de um desastre como este torna os processos necessariamente mais complicados. Penso que em menos de 48 horas é impossível que os corpos possam seguir para Portugal», disse fonte consular portuguesa.

Segundo esta fonte, depois das autópsias o juiz de guarda terá que fazer o levantamento do cadáver, os documentos de identificação terão que ser entregues na conservatória e só depois os corpos podem seguir para Portugal.

«Quando acontece uma calamidade destas é mais complicado. Se com uma vítima é complicado, com seis é seis vezes mais complicado», explicou.

A empresa que empregava os trabalhadores vítimas do acidente foi informada cerca de duas horas depois da colisão, desconhecendo-se para já se algum familiar viajará para Espanha para acompanhar o translado dos corpos.

O assunto está a ser acompanhado pela Secção Consular da Embaixada de Portugal em Madrid, com o apoio do consulado honorário de Salamanca.

Sonolência pode ter causado acidente

Numa altura em que ainda decorrem investigações, fontes do Departamento de Trânsito da Guarda Civil em Palência admitem que a distracção, provocada por sonolência, poderá ter sido a principal causa do acidente, que ocorreu no quilometro 69,2 da A62, que liga Burgos a Portugal.

«A carrinha foi embater no camião, do outro lado da estrada. Parece ter havido distracção do motorista da carrinha que saltou divisória e embateu de frente no camião», explicou, referindo que todos os passageiros tinham os cintos de segurança colocados.

Apesar disso, o impacto foi tão grande que um dos ocupantes da carrinha foi projectado a alguma distância, tendo os restantes morrido dentro da viatura, que foi arrastada pelo camião durante mais de 100 metros.

36 portugueses morreram nas estradas espanholas em cinco anos

O acidente de quinta-feira foi o mais recente de vários acidentes que nas últimas semanas têm causado a morte a portugueses, na maioria trabalhadores, nas estradas espanholas.

Foi ainda o mais recente envolvendo portugueses na A62 onde nos últimos cinco anos e segundo dados da Direcção Geral de Trânsito em Palência morreram 16 trabalhadores portugueses e mais de 20 ficaram feridos em vários acidentes de trânsito.

Um balanço parcial feito a 22 de Outubro à Lusa pelo Sindicato da Construção do Norte, indica que 44 trabalhadores portugueses da construção civil morreram nos últimos cinco anos em Espanha, dos quais 36 em acidentes de viação registados nas viagens para o local das obras ou de regresso a casa.
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