Bento XVI: «Vim como peregrino a Fátima» - TVI

Bento XVI: «Vim como peregrino a Fátima»

Cerca de 300 mil pessoas no Santuário durante missa presidida pelo Papa

Foram muito poucos os espaços deixados vazios pelos peregrinos esta quinta-feira em Fátima. A praça do Santuário acolheu ainda mais gente para a eucaristia de hoje do que na bênção das velas da última noite. Durante a homilia, Bento XVI disse aos crentes que também ele se deslocou à Cova de Iria como «peregrino», negando que a «missão profética» de Fátima esteja concluída».

De acordo com a organização assistiram à Eucaristia «cerca de 300 mil peregrinos», entre eles o Presidente da República, para ouvir o Papa dizer que também é um deles. «Irmãs e irmãos muito amados, também eu vim como peregrino a Fátima, a esta casa que Maria escolheu para falar nos tempos modernos».

Numa altura em que muito se tem falado sobre o terceiro segredo ligado às aparições de 1917, depois de Bento XVI ter alargado o seu alcance a todos os sofrimentos e provações da Igreja, tanto os actuais como os futuros (o que deu azo a incluir neste lote os recentes escândalos de pedofilia), o Papa disse na missa deste dia 13 de Maio que «iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída».

Esta manhã o Papa não se referiu a estes casos em concreto. Mas deixou um repto de expiação à Igreja, citando as memórias da irmã Lúcia, uma das videntes: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?».

Ervas daninhas

Mais clara sobre o tema dos abusos foi a mensagem do Papa enviada às Jornadas Ecuménicas Alemãs, que decorrerem até domingo, em Munique, e juntam católicos e protestantes.

«Há ervas daninhas precisamente no interior da Igreja», escreveu Bento XVI na missiva, divulgada pelos organizadores do encontro e citada pela agência Lusa, admitindo a desilusão: «Nos últimos meses fomos confrontados com novas notícias que nos querem tirar a alegria pela Igreja e ensombrá-la como local de esperança».

Porém o Papa salienta que «o bom trigo não foi sufocado pelas ervas daninhas» e que a «Luz de Deus não se apagou».
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