As autoridades vão usar motobombas para retirar água e sensores para localizar vítimas, em Borba, mediante "as condições metereológicas e de segurança", refere a Proteção Civil.
Num ponto de situação feito às 12:00 desta terça-feira, o comandante do Centro de Operações de Socorro de Évora, José Ribeiro, ressalvou a morosidade da operação e a instabilidade do terreno.
"A intervenção operacional, quer em termos de desobstrução, quer em termos de desencarceramento dos locais onde podemos chegar. Temos de conjugar, por outro lado, o empenhamento de toda a maquinaria de apoio, nomeadamente gruas e motobombasde grande capacidade para fazer o escoamento de água. E, por último, temos de conjugar todas estas ações com as condições meteorólogicas, presentes e futuras", afirmou o responsável.
José Ribeiro explicou que o plano de trabalhos para esta terça-feira à tarde é fazer a drenagem da água do poço, resgatar os corpos das vítimas e tentar identificar viaturas que caíram para o interior da pedreira depois do colapso da estrada.
No local onde estão as duas vítimas já confirmadas vamos instalar motobombas de grande capacidade para drenar a água e, se as condições de segurança o permitirem, iremos iniciar uma delicada operação de desencarceramento e desobstrução com apoio de uma grua."
Em simultâneo, e no outro local da pedreira onde ocorreu o deslizamento mais significativo de massa , iremos utilizar um equipamento de deteção, com o apoio de uma grua, que nos permita identificar o local onde está a ou as viaturas".
José Ribeiro, que falava em conferência de imprensa no quartel dos Bombeiros Voluntários de Borba, destacou a "complexidade" das operações em curso, sublinhando que vão ser "morosas e difíceis".
"Cada passo, cada ação tem de ser muito ponderada, muito bem avaliada" para garantir as condições de segurança dos operacionais no terreno na pedreira de Borba, sublinhou.
A situação é instável", assumiu, pelo que não está excluída a hipótese de ocorrerem mais derrocadas.
Há 60 operacionais no terreno, entre elementos da Proteção Civil, engenharia militar, especialistas em Geologia e Minas e técnicos de extração de mármore.
O comandante do Centro de Operações de Socorro de Évora deixou um apelo à população para que evite circular na zona. "Por razões de segurança principalmente, mas também para facilitar a circulação das viaturas de socorro", explicou.
Pelo menos duas pessoas morreram no deslizamento de terras que na segunda-feira provocou o abatimento da antiga estrada nacional entre Borba e Vila Viçosa (EN255). As autoridades desconhecem, para já, o número de pessoas desaparecidas, mas sabe-se que uma retroescavadora e duas viaturas foram arrastadas para o interior da pedreira com 50 metros de profundidade.