Ir a pé a Fátima pelo Darfur - TVI

Ir a pé a Fátima pelo Darfur

  • Portugal Diário
  • 25 jul 2007, 17:00
Darfur

Missionários organizam peregrinação para alertar para o genocídio

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Uma centena de jovens chega sexta-feira ao Santuário de Fátima depois de uma peregrinação a pé de três dias para alertar a sociedade portuguesa para o genocídio no Darfur e a crise humanitária aí existente, noticia a agência Lusa.

A iniciativa partiu do centro vocacional juvenil dos missionários combonianos e inclui dois grupos que partiram do sul e norte do país, num total de cem jovens que estão em oração pelo Darfur.

«Todos os anos costumamos fazer esta peregrinação mas desta vez achámos que devíamos alertar as pessoas porque a sociedade portuguesa não está suficientemente informada sobre o que se passa no Darfur», afirmou à Agência Lusa Leonel Claro, um dos promotores da iniciativa.

«Somos missionários e não podemos ficar quietos quando vemos aquela tragédia», justificou, salientando que os jovens estão também a reunir assinaturas para uma petição que leve a União Europeia a agir.

«Se a União Europeia agiu de forma enérgica no Kosovo e na ex-Jugoslávia, agora não pode ficar calada em relação ao Darfur», considerou Leonel Claro, que reclama uma «posição mais enérgica» do Governo português que agora assume a presidência da UE.

Depois, é necessário que os «responsáveis pelo genocídio sejam levados a tribunal internacional» pelos crimes cometidos, acrescentou Leonel Claro.

A motivação de cada um

Os cem jovens, com idades entre os 15 e 26 anos, vão participar numa celebração religiosa na sexta-feira às 12:00 «em memória dos mais de 2,3 milhões de refugiados do Darfur».

«Cada jovem levará, ao longo dos mais dos 90km que percorrerá a pé até Fátima, uma intenção especial de oração por um refugiado ou criança da cidade de Nyala» que é uma das mais fustigadas pela «opressão e ataques às populações civis que continuam a matar no Darfur».

Os promotores da peregrinação recordam que esta catástrofe humanitária «conduziu à morte de cerca de 400 mil pessoas nos últimos anos» e o conflito já ultrapassou as fronteiras do Sudão, alargando-se ao Chade e à República Centro-Africana.

«Estima-se que perto de 2,3 milhões de pessoas tenham fugido das suas casas e comunidades vivendo, agora, em campos de deslocados no Darfur», estando a sua sobrevivência «totalmente dependente das Nações Unidas e outras organizações humanitárias no terreno», refere a organização desta iniciativa.
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