Gaia queixa-se do Governo

A Câmara de Gaia contestou hoje a proposta de Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2008, relativamente ao município, por existir em relação aos valores de 2007 «uma variação negativa de 9.507.690 euros».

«Isto representa um decréscimo de 43,6 por cento, o que leva à preocupante conclusão de uma drástica diminuição do investimento em 2008», afirma a autarquia, frisando que «mesmo quando comparado o investimento previsto para 2008 com o ano de 2006, verifica-se um decréscimo muito acentuado, de 16,1 por cento, menos 2.454.858 euros».

Em comunicado, a Câmara de Gaia acrescenta que «2008 será, sem qualquer margem para dúvidas, o ano em que menos investimento existe no concelho por parte do Governo».

«Analisando o valor global inscrito para 2008, 12.815.568 euros, verifica-se que o troço respeitante ao prolongamento da linha de Metro João de Deus - Santo Ovídio absorve 12 milhões euros, ou seja, 93,6 por cento do investimento previsto para todo o concelho», acrescenta.

A autarquia considera que «o PIDDAC para o município de Gaia indicia uma atitude de falta de comprometimento do poder central para com as populações do município que são objectivamente desconsideradas ou mesmo discriminadas com a presente proposta».

A autarquia salienta que tem cooperado «incansavelmente» com o Governo «na cedência de terrenos e edifícios para a construção ou instalação de equipamentos e serviços públicos em Gaia, não tendo tido a correspondência e empenhamento do Governo na concretização de investimentos indispensáveis e que abrangem áreas tão sensíveis como a Saúde, Segurança, Educação ou a Acção Social».

A Câmara de Gaia entende, por isso, que o Governo deve atender «a necessidade de correcção esta discriminação negativa, de mais de 300.000 cidadãos cuja representatividade é de três por cento da população nacional».