Agente da PSP confessa abuso sexual de menor - TVI

Agente da PSP confessa abuso sexual de menor

(Foto Cláudia Lima da Costa)

Polícia assumiu dois dos oito crimes de que é acusado e afirmou que a menina «era muito astuta»

O agente da PSP que começou esta terça-feira a ser julgado no Tribunal do Seixal por abuso sexual de uma menor assumiu apenas dois dos oito crimes de que é acusado e afirmou que a menina «era muito astuta».

O homem, de 48 anos, e que continua a exercer funções na polícia, em serviços internos, é também acusado de um crime de peculato de uso.

De acordo com o despacho da acusação, entre 15 de Setembro de 2006 e agosto de 2007, o homem, que era à data agente principal da PSP no comando distrital de Setúbal, terá abusado da filha da mulher com quem vivia, e que tinha na altura sete anos.

Esta manhã, perante o colectivo de juízes, o agente assumiu que «por uma vez», numa ocasião em que levou a menina a um armazém que serve de depósito da PSP no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, onde ia cumprir uma tarefa que lhe tinha sido delegada, abusou dela.

Assumiu ainda que o episódio se repetiu «um outro dia» na cozinha da casa onde viviam, mas garantiu que foi a menina que tomou a iniciativa. O homem afirmou que a menor falava «recorrentemente de sexo», que «era muito astuta nesse aspecto» e «costumava tentar tocar-lhe».



O homem afirmou ainda que gostava da menor «como de uma filha» e disse que «os dois episódios foram momentos de descontrolo e de fraqueza».

A menor, hoje com 12 anos, não foi ouvida em julgamento. A mãe, que é testemunha no processo, e que desencadeou a acusação com uma denúncia apresentada na Polícia Judiciária no dia 02 de Novembro de 2007, negou as afirmações do arguido a respeito da vítima.

A mulher contou ao colectivo de juízes que começou a desconfiar da situação quando ouviu a menor ameaçar o padrasto de que contaria à mãe o que se passava. A mãe da vítima afirmou ainda que a menina não terá falado mais cedo por «era chantageada pelo padrasto».

A vida da menor, acrescentou, «passou a ser cheia de medos»: «A minha filha tem muitos pesadelos. Ela tinha medo que ele fosse à escola, que ele nos fizesse mal por causa da denúncia. As notas dela são más e o seu comportamento é depressivo».

O julgamento continua na próxima terça-feira, a partir das 14:00, no Tribunal Judicial do Seixal.
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