Rivoli: La Féria não pagou aluguer - TVI

Rivoli: La Féria não pagou aluguer

  • Portugal Diário
  • 9 out 2007, 17:50

Câmara do Porto ainda vai decidir se quer receber o dinheiro ou comprar o equipamento

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O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (PSD), reconheceu hoje que a autarquia ainda não recebeu qualquer verba pelo aluguer do Teatro Rivoli a Filipe La Féria e que esse crédito poderá ser substituído pela compra de equipamento.



«A Câmara do Porto é que vai decidir no fim do contrato se recebe os cinco por cento [de receita líquida de bilheteira] ou se compra o equipamento ao produtor», disse Rui Rio, no final da reunião privada de hoje do executivo camarário.



O presidente da câmara acusou o vereador da CDU, Rui Sá, de ser «mentiroso», por ter dito, momentos antes, que tinha «dúvidas» sobre a possibilidade de a empresa de La Féria, Todosaopalco, vir a pagar o aluguer.



Rui Rio garantiu que está a ser feita «uma contabilização diária» dos cinco por cento de receita a que a Câmara do Porto teria direito ao abrigo do contrato assinado em 15 de Março com a Todosaopalco.



Esse montante ascenderá actualmente a cerca de 60 mil euros, mas ainda não é suficiente para cobrir o custo «muito elevado», segundo Rui Rio, do equipamento comprado por Filipe La Féria aquando da instalação do musical «Jesus Cristo Superstar».



Segundo a empresa, mais de 100 mil pessoas já assistiram a este espectáculo, que deixará o Rivoli no final de Outubro, dois meses antes do previsto, para ser apresentado no Teatro Politeama, em Lisboa, a partir de Novembro.



O contrato inicial obrigava a Todosaopalco a pagar, mensalmente, à Câmara do Porto cinco por cento da receita, mas Rui Sá revelou hoje que em 02 de Maio foi assinado um aditamento ao contrato que isenta a empresa desse pagamento.



Segundo o aditamento, de que Rui Sá forneceu cópia aos jornalistas, as duas partes decidiram «suspender a eficácia» dos pontos da cláusula do contrato que determinam o pagamento mensal da comissão de cinco por cento.



O mesmo aditamento consagra a possibilidade da Câmara do Porto comprar o equipamento por um preço não superior ao pago pela Todosaopalco, deduzindo-se neste cálculo os cinco por cento previstos na cláusula suspensa.



«Na minha opinião, La Féria poderá invocar o direito de não ter de pagar nada», frisou Rui Sá, acusando Rui Rio de «falta de transparência», ao ter-lhe fornecido em 31 de Julho apenas o contrato original por si pedido em 10 de Maio, «omitindo» o aditamento assinado uma semana antes.



Na interpretação de Rui Rio, a Câmara do Porto tem opção de receber a percentagem (devendo neste caso La Féria retirar o equipamento) ou comprar o equipamento, decisão que só será tomada quando terminar o contrato, em 31 de Dezembro ou na data que vier a ser fixada numa eventual prorrogação.



O vereador do PS Manuel Pizarro também criticou a ausência das contrapartidas anunciadas pela autarquia quando estabeleceu contrato com La Féria, afirmando que «dá ideia que neste negócio a Câmara do Porto está nas mãos do encenador».
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