Enfermeiros: «A maior greve em 30 anos» - TVI

Enfermeiros: «A maior greve em 30 anos»

«Centenas de cirurgias foram adiadas», garante sindicato

Relacionados
O segundo dia de greve dos enfermeiros teve uma adesão de 90,63 por cento, segundo o sindicato do sector, e de 82,98 por cento, de acordo com o Governo, informa a Lusa.

Os números indicados pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que convocou o protesto, apontam para uma adesão de 19.170 profissionais entre os 21.300 escalados para os turnos da madrugada, da manhã e da tarde.

«Esta é a greve com maiores níveis de adesão desde 1976», sustentou o coordenador nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins.

Em contrapartida, os dados do Ministério da Saúde, disponíveis na Internet, apontam para uma adesão de 18.509 enfermeiros entre os 22.305 escalados nos referidos turnos. A mesma fonte sindical adiantou à agência Lusa que três mil enfermeiros participaram em 20 acções de protesto um pouco por todo o país.

A greve, contra a proposta remuneratória de ingresso na carreira, começou na quarta-feira e termina na sexta-feira, coincidindo com uma manifestação em Lisboa, onde são esperados entre 15 mil a 17 mil enfermeiros.

José Carlos Martins antevê maiores níveis de adesão à greve na sexta-feira. Hoje e quarta-feira, a paralisação afectou, segundo o dirigente, blocos operatórios, consultas nos hospitais e centros de saúde e cuidados domiciliários. «Centenas de cirurgias foram adiadas», precisou.

Os enfermeiros contestam a alegada proposta governamental de ingresso na carreira, que fixa o salário em 995 euros, um valor abaixo dos actuais 1020 euros e dos 1200 euros de outros profissionais da administração pública. O Ministério da Saúde já esclareceu que a proposta de ingresso na carreira em discussão com os enfermeiros visa manter o montante actual dos 1020 euros.

Os enfermeiros protestam ainda contra a invocada falta de equiparação do seu vencimento à sua especialização.

O coordenador nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins, adiantou que as negociações com a tutela deverão ser retomadas na próxima semana, mas ressalvou que os enfermeiros irão endurecer os protestos caso o Governo não ceda às suas reivindicações.

A manifestação de sexta-feira parte do Ministério da Saúde pelas 14:30, seguindo depois para o Ministério das Finanças.
Continue a ler esta notícia

Relacionados