Médicos: «Não é legitimo» forçar internos a trabalhar - TVI

Médicos: «Não é legitimo» forçar internos a trabalhar

Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

Alerta foi deixado pela Associação dos Administradores Hospitalar

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Médicos que ultrapassam as horas extraordinárias legais é prática habitual, mas os sindicatos denunciaram agora que há internos pressionados a trabalhar mais sob pena de não terem contrato de trabalho, o que «não é legítimo», alertou a Associação dos Administradores Hospitalar, escreve a Lusa.

«Tendo em atenção a carência de profissionais e dificuldades de programação, tem sido uma prática as horas extraordinárias ultrapassarem os limites legais. Mas isto não é nada de novo, isto sempre aconteceu», sublinhou o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, admitindo que a situação se tenha «agravado um pouco nos últimos tempos».

Para Pedro Lopes o que realmente «é preocupante» é este facto poder estar associado a «imposições aos internos», como noticiado esta segunda-feira pela rádio «TSF». «Os internos são profissionais em formação e tem que ter as melhores condições para terem a melhor formação. Não é aceitável, nem legítimo», criticou o presidente.

«Até ao momento, as horas extraordinárias foram sempre feitas com as disponibilidades profissionais: ninguém é obrigado ou pode ser forçado a fazer horas extraordinárias», sublinhou o presidente, que diz ter dificuldades em acreditar que «os hospitais estejam a impor situações para fazer a triagem para realização de contratos. Nunca foi assim, nunca se trabalhou assim na área da saúde».

Nos últimos dias, os sindicatos denunciaram que alguns serviços hospitalares poderiam estar em risco, já que muitos profissionais de saúde tinham ultrapassado já as 200 horas extraordinárias que por lei podem realizar por ano.

As situações até agora denunciadas pelos sindicatos diziam respeito à Maternidade Alfredo da Costa, Hospital Curry Cabral (ambos em Lisboa) e Hospital Garcia de Orta, em Almada.

«A ERS está atenta ao que se passa, mas só tomará uma iniciativa caso sinta que poderá estar em causa o acesso dos serviços de saúde aos cidadãos», explicou à Lusa o presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Jorge Simões, considerando que tal ainda «está longe de acontecer».
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