O caso de uma paciente de Guimarães que morreu em 2004, após sujeição a um ensaio clínico, vai a julgamento em Janeiro, num processo em que um reumatologista do Porto está pronunciado pelo crime de homicídio por negligência.
Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que o julgamento foi marcado para a tarde de 13 de Janeiro nos Juízos Criminais do Porto.
A mulher, que sofria de artrite reumatóide, morreu em 20 de Fevereiro de 2004 com tuberculose e sépsis, depois de ter participado num estudo clínico do medicamento Humira, que não teria sido devidamente vigiado.
O ensaio foi realizado sob orientação do arguido, um reumatologista do Hospital de São João.
O filho da vítima, que se constituiu assistente no processo, ilibou desde logo o laboratório produtor da substância e acusou o médico de não informar a mãe de todos os riscos que corria.
A tese foi corroborada pelo Ministério Público, em 26 de Abril deste ano, pelo juiz Artur Ribeiro, do Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
O juiz de instrução recusou o argumento do arguido de que a vítima prosseguira a toma de Humira após o termo do ensaio clínico, o que constituiria um caso de automedicação pelo qual não se poderia responsabilizar.
«Antes pelo contrário», afirma o despacho de pronúncia assinado pelo magistrado Artur Ribeiro.
De acordo com o processo, o médico não só não terá desvalorizado as queixas da paciente sobre os efeitos nefastos do fármaco, como lhe terá prescrito mais uma toma de Humira.
Reumatologista julgado por homicídio por negligência
- tvi24
- SM
- 6 set 2010, 18:23
Paciente de Guimarães morreu em 2004, após sujeição a um ensaio clínico
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