Eles querem dar preservativos ao Papa - TVI

Eles querem dar preservativos ao Papa

Preservativos ao Papa

Iniciativa de três licenciados em Direito no Porto já conta com cinco mil fãs na Internet. Associações de peso vão apoiar

Três amigos licenciados em Direito no Porto começaram a conversar sobre a vinda do Papa a Portugal, recordaram as polémicas declarações de Bento XVI sobre o uso do preservativo e sentiram que tinham algo a fazer. E assim decidiram distribuir preservativos em Lisboa, em Fátima e no Porto, a 11, 13 e 14 de Maio.

Tudo começou no Facebook. Diogo Caldas Figueira, 23 anos, Rita Barroso Jorge, 22 anos, e Joana Vieira da Silva, 23 anos, criaram um grupo e em 24 horas tinham dois mil amigos. O grupo passou a página e conta hoje com mais de quatro mil fãs.

«Criámos o grupo por descargo de consciência social. Tínhamos vontade de fazer uma pequena coisa», contou Diogo ao tvi24.pt. Auto-denominaram-se «Preservativos "ao" Papa em Portugal», porque sabem que «provoca polémica». E já apontam objectivos: «Estamos a trabalhar em contra-relógio, mas acreditamos que vamos contar com centenas de voluntários para distribuir os preservativos nos locais por onde o Papa vai passar.»

Os três jovens já têm um blog e «andam atrás» de várias associações com experiência na luta contra a sida. A Abraço, por exemplo, já apoiou a iniciativa e «poderá mesmo dar os preservativos», mas a Opus Gay, o CASA (Centro Avançado de Sexualidades e Afectos), o MAPS (Movimento de Apoio à Problemática da SIDA) e o PortugalGay também estão com eles.

«Estes apoios são uma lufada de ar fresco, porque tivemos um grande obstáculo. Falámos com a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida, mas, apesar de terem achado a nossa iniciativa meritória, disseram-nos que, enquanto entidade pública, não podiam apoiar-nos, porque somos um grupo de pessoas sem personalidade jurídica», revelou.

Diogo, Rita e Joana, dois católicos e uma agnóstica, sabem que este não será o único obstáculo. «Poderá haver uma certa resistência dos crentes. Portugal vai parar naqueles três dias, as pessoas vão estar viradas para o Papa e não para qualquer barulho», admitiu o jovem organizador.

«Mas nós estamos a fazer algo positivo. Não faremos a iniciativa durante as celebrações. Queremos marcar uma posição de forma pacifista, por isso estaremos nos locais horas antes e algo afastados», afirmou.

Os três organizadores querem divulgar a iniciativa ao máximo e pedem a ajuda dos famosos, assim como dos padres que defendem o uso do preservativo. «No entanto, sabemos que vai ser difícil, porque há quem não se queira associar com medo que seja algo anti-Papa», lamentou, sublinhando que o objectivo não é criticar a posição de Bento XVI, mas sim informar sobre esta forma de combater a sida.
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