Algarve: 250 enfermeiros podem perder contrato - TVI

Algarve: 250 enfermeiros podem perder contrato

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Não contratação de profissionais de saúde pode levar à «ruptura» de serviços

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) do Algarve teme a não renovação de 250 contratos de profissionais de enfermagem, assistentes operacionais e assistentes técnicos dos hospitais de Faro e Portimão, situação que provocará a «ruptura» de serviços hospitalares, noticia a Lusa.

«Como sabemos, neste momento, há uma política de contenção e de cortes cegos que podem fazer com que essas renovações ou novos contratos não sejam aceites. Queremos evitar a todo o custo estes despedimentos, porque, se acontecerem, vão deixar em ruptura alguns serviços do Hospital Distrital de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (Portimão)», afirmou Nuno Manjua, do SEP do Algarve.

Segundo o SEP, no Hospital de Faro há 70 enfermeiros, 81 assistentes operacionais e 17 assistentes técnicos em causa, enquanto no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio há 79 enfermeiros, todos com contratos a termo.

O SEP e o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores (STFPSA) vão realizar na próxima quarta-feira, pelas 11:00, junto à entrada para as Urgências do Hospital Distrital de Faro, uma conferência de imprensa, onde «serão avançados dados relativamente aos serviços que podem entrar em ruptura» caso o ministério não aceite os pedidos de renovação ou novos contratos.

Segundo Nuno Manjua, os dois hospitais já entregaram à Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve os pedidos de renovação de contratos desses trabalhadores com a respectiva fundamentação e que, inclusivamente, no caso do Hospital do Barlavento, já terá seguido para o Ministério da Saúde.

«No Hospital de Faro foram já despedidos trabalhadores nas últimas semanas», situação que «continuará até ao final do ano» e, «na esmagadora maioria, em ambos os hospitais, poderá acontecer» no próximo ano, avançou o SEP em comunicado.

«Sendo trabalhadores que ocupam postos de trabalho de natureza permanente, já todos deveriam estar com contrato de trabalho por tempo indeterminado. É inadmissível que, em nome da poupança, se despeçam profissionais e que com isso se ponha em causa os cuidados de saúde aos utentes».



Para o SEP, «as medidas do Governo para a saúde são profundamente criminosas». Essas medidas «não admitem e despedem, dificultam o gozo de direitos, diminuem para um quarto o pagamento de trabalho extraordinário, ainda que as necessidades aumentem» e «sobem as taxas moderadoras, reduzindo a acessibilidade dos utentes».

De acordo com o sindicato, o objectivo do Governo é «acabar com o Estado Social, desmantelando» o Serviço Nacional de Saúde.
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