Rei Ghob tentou esconder que esteve com vítima - TVI

Rei Ghob tentou esconder que esteve com vítima

Julgamento de Francisco Leitão, conhecido por «rei Ghob»

Testemunha disse que tinha passado a tarde com a amiga, e assistiu à troca de mensagens de telemóvel com o arguido

A melhor amiga de Joana Correia, a última das presumíveis quatro vítimas do Rei Ghob, disse esta terça-feira em tribunal que o arguido tentou ocultar ou desmentir o facto de ter estado com a vítima no dia em que desapareceu.

Na sessão mais longa do julgamento e após terem sido ouvidas sete testemunhas, a jovem Beatriz, amiga e confidente de Joana Correia, relatou na ausência do arguido que, ao questioná-lo sobre o facto de ter estado com a vítima no dia do seu desaparecimento, Francisco Leitão «disse que não estava cá, estava em Espanha», mas que «podia ter sido a cópia dele» a levar a Joana.

A testemunha disse que tinha passado a tarde com a amiga, assistiu à troca de mensagens de telemóvel (SMS) entre ela e o arguido a combinar um encontro surpresa com o namorado da rapariga, Luís (que frequentava a casa-castelo), e chegou a ler algumas.

«Ele estava a mandar SMS para se encontrar com ela e ela até comentou que estava a ser chato ao insistir para ela não contar a ninguém do encontro para fazer a surpresa ao Luís», relatou.

Após desconhecer-se o paradeiro da menor e sabendo o arguido que Beatriz sabia das 180 mensagens trocadas a amiga, esta confirmou em tribunal que recebeu uma SMS do arguido, por via do namorado da vítima.

«Queria falar comigo para me dizer que não tinha ficado de ir buscar a Joana», disse. A menor pormenorizou que Francisco Leitão lhe terá dito que «podia ter sido a cópia dele» a transportar Joana no carro, alegando a presença de um espírito que o encarnava, um assunto no qual Joana e o namorado acreditavam.

Uma crença que Luís chegou a admitir a Beatriz por SMS, ao referir que o arguido «tinha uma cópia má que até podia matar».

Dias depois, contou, Francisco Leitão quis combinar com Beatriz um novo encontro através de SMS, na qual «pedia para ir sozinha», levando a jovem a recuar por receio e a contar toda a história à irmã, que a impediu de ir sozinha e a acompanhou com as amigas.

Na ocasião e, após terem lançado alguns «palpites» sobre o facto de Joana poder ter sido raptada por «alguém mais velho», Beatriz esclareceu o tribunal de que o arguido ficou «mais nervoso e com a cara vermelha».

A testemunha reconheceu ainda fotografias que a amiga tinha no telemóvel e que foram apreendidas na casa do arguido, confirmando também ter recebido uma mensagem do telemóvel da vítima que não terá sido escrita por ela: «lembro-me que ela escrevia "okay" e não "ok"».

O julgamento prossegue na quarta-feira, com a audição de mais nove testemunhas.
Continue a ler esta notícia