Politécnico: sindicato prevê atrasos no ano lectivo

A adesão à greve às avaliações nos Politécnicos está a diminuir. A conclusão é do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) que anunciou novas formas de protesto.

O sindicato prevê atrasos no início do ano lectivo nas instituições que remarquem exames para Setembro, de acordo com o que noticia a agência Lusa.

O presidente do SNESup, Gonçalo Xufre, revelou que no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) o Conselho Pedagógico está a planear alterar o calendário escolar, para que as repetições de exames sejam feitas nas primeiras semanas de Setembro, uma vez que a greve dos docentes termina a 31 de Julho.

«A (decisão) terá como consequência o atrasar no número correspondente de semanas da abertura do ano lectivo do próximo ano», destacou o sindicalista.

Já no caso das escolas, no seu calendário habitual, cujos exames já estavam previstos para Setembro, o presidente do sindicato revelou que «pode ser que se consiga encaixar sem prejudicar o arranque do ano lectivo».

«Um prejuízo efectivo para os alunos»

No caso de não se repetirem as provas, Gonçalo Xufre considera que haverá um «prejuízo efectivo para os alunos» que os docentes «nunca pretenderam que acontecesse».

O sindicalista constatou que há um decréscimo de taxas de adesão. No Porto, contudo, «os valores continuam a rondar os 100 por cento». Já em Coimbra os valores «estão entre os 50 e os 60 por cento, quando antes eram de 80/90 por cento». Em Lisboa «continuam na mesma ordem de grandeza: 30/40 por cento», remata.

Nesta fase, os objectivos do protesto estão cumpridos. A greve mostrou que a revisão dos estatutos da carreira não teve o acordo total dos docentes e que quando há mobilização mostram-se as insatisfações. Gonçalo Xufre mencionou, no entanto, que os efeitos práticos estão dependentes da decisão do Presidente da República que «tem os diplomas em cima da sua mesa».

Vigília para «sensibilizar» Cavaco Silva

Os docentes estão planear uma vigília para «sensibilizar» o Chefe de Estado para que «tome iniciativas para corrigir o que ainda é corrigível». Esta realiza-se esta quinta-feira entre as 19h00 e as 24:00 em frente ao Palácio de Belém.

Quanto aos alunos, o sindicalista revelou que os docentes vão continuar a «pedir-lhes paciência» e explicar que «tudo farão para repetir qualquer prova que não tenha sido realizada».