Portugueses não medem a pulsação com regularidade

A maioria dos portugueses não mede a pulsação com regularidade, o que é fundamental para detectar uma arritmia cardíaca, revela um estudo europeu divulgado este domingo, Dia Mundial do Ritmo Cardíaco.

Em declarações à agência Lusa, o médico cardiologista e coordenador nacional da campanha «Bate, Bate Coração», Carlos Morais, adiantou que o estudo indica que 66,8 por cento dos portugueses já mediram a pulsação no passado, mas não o fazem com regularidade.

De acordo com o cardiologista, os portugueses justificam não medirem regularmente a pulsação por não saberem como o fazer (85,5 por cento) e desconhecerem a importância do teste (14,5 por cento).

«A mediação do pulso é uma técnica muito simples e rápida que permite saber qual o ritmo cardíaco. É a maneira mais simples de nos apercebermos logo se existe alguma coisa de errado com o ritmo do nosso coração», afirmou o coordenador nacional da campanha «Bate, Bate Coração», que, em parceria com a Aliança Arrítmica Europeia, realizou o estudo em Portugal, Inglaterra e Itália.

O inquérito mostra também que 74 por cento dos portugueses pensam que não estão em risco de ter um problema do ritmo cardíaco, apesar de 42 por cento terem confessado que já tiveram palpitações e 32,8 por cento pensarem que o seu coração bate irregularmente.

«É preocupante considerar que uma grande parte das pessoas não pensem estar em risco de sofrer uma arritmia cardíaca, porque esse factor pode conduzir a uma desvalorização dos sintomas desta doença fatal», sustentou.

De acordo com Carlos Morais, uma arritmia é uma perturbação do ritmo dos batimentos cardíacos e pode ter consequências fatais quando não tratada. Os sintomas de alerta são as palpitações, fadiga, tonturas, falta de ar e dor de peito.

No entanto, muitas vezes, as arritmias não provocam sintomas e, por isso, grande parte da população em geral desconhece esta doença, disse, alertando para as arritmias graves, que podem ser causa de morte.

De acordo com o médico, a principal causa de morte súbita cardíaca na Europa são as arritmias.

Para assinalar o Dia Mundial do Ritmo Cardíaco, a campanha Bate, Bate Coração» vai realizar em Lisboa, Coimbra e Porto, uma acção de sensibilização e rastreios às arritmias cardíacas, iniciativa que contará com a presença de várias figuras públicas.

O coordenador da campanha disse que esta «iniciativa inédita em Portugal visa sensibilizar a população em geral para as arritmias cardíacas, educar sobre os seus riscos e esclarecer sobre os meios de diagnóstico e tratamentos existentes, alertando ainda para a importância da medição do ritmo cardíaco».