Voos da CIA: Ana Gomes quer novas diligências - TVI

Voos da CIA: Ana Gomes quer novas diligências

Ana Gomes

Responsável critica falhas da justiça portuguesa na investigação

A eurodeputada socialista Ana Gomes anunciou esta segunda-feira que vai pedir novas diligências no inquérito aos voos da CIA. O pedido é considerado pela responsável como «uma boa oportunidade para a PGR (Procuradoria Geral da República) demonstrar que não há politização da justiça».

Em conferência de imprensa, Ana Gomes revela que o arquivamento do Ministério Público (MP) pareceu guiar-se pelo «objectivo político de enterrar o papel de Portugal no caso».

De acordo com o que noticia a agência Lusa, a eurodeputada considerou «totalmente desadequada» a investigação do MP para a descoberta da verdade.

«Lamento que a justiça portuguesa tenha feito uma investigação tão cheia de falhas, com manifesta incapacidade para dirimir contradições. Se não há incompetência do MP, há vontade política de não ir mais além», revela Ana Gomes que apontou o facto de não terem sido ouvidos ministros entre 2002 e 2006.

A responsável criticou também o «timing» do arquivamento do processo. «Depois de mais de dois anos de investigação, o arquivamento foi tornado público poucos dias antes das eleições europeias e de o Conselho da Europa ter reconduzido Durão Barroso como presidente», aponta.

«A PGR sobre isto não se pronuncia nem investiga mais», denuncia Ana Gomes que é agora assistente do processo.

«A investigação não fez as diligências indispensáveis, não explorou pistas que indiciam crimes de detenção ilegal, tortura e tratamento degradante em território nacional e absteve-se de aprofundar junto das autoridades portuguesas e norte-americanas o conteúdo de voos militares referenciados como envolvidos nas rendições extraordinárias que Portugal autorizou a aterrar na Base das Lajes», considerou.

O caso dos voos da CIA começou em Novembro de 2005, quando o jornal norte-americano "The Washington Post" revelou a existência de prisões secretas da CIA em vários pontos do mundo para suspeitos de terrorismo, na sequência dos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Continue a ler esta notícia