Motards contra a violência doméstica

Uma dúzia de motards do Porto associou-se, este sábado, ao lançamento de uma campanha da União das Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) contra a violência doméstica, que visa conseguir que homens se solidarizem com as vítimas deste crime, informa a Lusa.

O lançamento da campanha «Eu não sou cúmplice» teve início cerca das 15h00, na Rua do Paraíso, Porto, de onde saiu uma caravana composta pelas motos e alguns automóveis.

«A ideia é passar por cinco sítios onde mulheres foram assassinadas, fazendo-lhes uma homenagem», afirmou Maria José Magalhães, da UMAR. São Roque da Lameira, Ermesinde, Jovim, Valongo e Nogueira da Maia são os locais escolhidos para o percurso.

De acordo com a UMAR, 2008 tem sido um ano negro de violência doméstica no país. «Homicídios e tentativas e homicídio ultrapassam os números dos últimos cinco anos», refere a associação.

43 mulheres assassinadas só este ano

Babiana Ferraz, de 44 anos e mãe de dois filhos, era uma motard empenhada em mostrar a sua «abominação» pela violência doméstica. Decidiu, juntamente com os restantes membros do seu agregado familiar, participar nesta iniciativa, sendo que de sua casa saíram da garagem três Harley-Davidson (a dela, a do marido e a do filho).

Sérgio Miranda, de 39 anos, participou nesta caravana com a sua Honda, que tinha presos balões pretos, simbolizando a morte das vítimas da violência doméstica.

Na opinião deste motard, «não é com base na violência que se resolvem as coisas» e a presença de motards nesta luta demonstra também que «não são pessoas más, como por vezes parece».