Uma em cada três portuguesas é vítima de assédio sexual

O projecto «Rota dos Feminismos contra o Assédio Sexual na rua, nos espaços públicos e no trabalho», da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), vai tentar, durante um ano, consciencializar os portugueses para um «crime insidioso».

«É um projecto que visa levar à consciencialização e ao debate público o problema do assédio sexual, um crime ainda pouco visível em Portugal, que é um crime muito insidioso, porque é muito difícil de provar», disse à agência Lusa a presidente da UMAR, Maria José Magalhães.

Apesar de haver poucos estudos em Portugal sobre a questão do assédio sexual, de acordo com Maria José Magalhães, «tudo indica que quatro em cada dez trabalhadoras são vítimas de assédio sexual».

«Mas, englobando trabalho e esfera pública em geral, incluindo a rua, temos a indicação que é uma mulher em cada três», revelou a presidente da UMAR, salientando que «as mulheres são as grandes vítimas, apesar de haver também homens».

O projecto da UMAR, financiado pela Embaixada da Holanda e que conta com o apoio da secretária de Estado da Igualdade, pretende realizar uma rota, percorrendo o país.

«Em cada cidade, mobilizar as forças vivas, como as associações locais, escolas e autarquias, para desenvolver acções artísticas, debates e tertúlias, questionar as pessoas sobre o assédio sexual: para conhecer como se vive ali esse problema e também para debater e levar à consciencialização pública», disse.