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Crianças vão cada vez mais cedo para creches

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Números da Unicef revelam que mais de dois terços das mulheres em idade activa trabalham fora de casa

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A forma como as crianças são educadas nos países mais avançados está a mudar porque as mais pequenas passam cada vez mais os primeiros anos de vida em creches ou jardins de infância e não com a família, segundo um estudo da Unicef, escreve a agência Lusa.

Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mais de dois terços de todas as mulheres em idade activa trabalham actualmente fora de casa. Muitas adiam a gravidez por uma década ou mais, em comparação com as mães de gerações anteriores, e muitas têm de ter em conta a estabilidade das suas carreiras, segundo o estudo.

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Este facto, na medida em que reflecte progressos no sentido da igualdade de oportunidades para as mulheres, merece ser festejado, diz a Unicef, que conclui que, no entanto, as pressões laborais crescentes não reflectem novas oportunidades mais sim novas necessidades.

De acordo com o relatório do Centro de Pesquisa Innocenti da Unicef, dirigido por uma portuguesa, a geração actualmente em formação nos países da OCDE é a primeira em que uma maioria passa uma grande parte dos seus primeiros anos de vida não com as respectivas famílias, mas em algum tipo de estrutura de cuidados à infância.

«Depois de, durante séculos, ter sido um assunto predominantemente privado e familiar, os cuidados prestados às crianças muito pequenas está a tornar-se numa actividade a decorrer fora de casa com grande envolvimento dos governos e das empresas», refere o relatório.

A mudança, de acordo com documento, está longe de estar concluída e o seu padrão varia de país para país.

Os países ricos

Nos países ricos, cerca de 80 por cento das crianças dos três aos seis anos recebem alguma forma de educação e cuidados na primeira infância.

Para os menores de três anos, a percentagem dos que frequentam uma estrutura de cuidados é actualmente de cerca de 25 por cento no conjunto dos países da OCDE, atingindo mais de 50 por cento em alguns países.

Em todos os países industrializados, a estrutura de cuidados fora de casa faz parte da vida de cada vez mais crianças, cada vez mais cedo e durante cada vez mais horas.

E os bebés?

Na última década, muitos países da OCDE também começaram a deparar-se com subidas acentuadas no número de bebés - menores de um ano - confiados a estruturas de cuidados fora de casa.

No Reino Unido, por exemplo, a maioria das mães está agora a regressar ao trabalho a tempo inteiro ou a tempo parcial 12 meses após o parto.

De modo semelhante, nos Estados Unidos, mais de 50 por cento dos menores de um ano frequentam algum tipo de estrutura de cuidados - dos quais três quartos desde os quatro meses ou antes e durante uma média de 28 horas por semana.

Na região flamenga da Bélgica, mais de um terço dos bebés são confiados a algum tipo de estrutura de cuidados durante o primeiro ano de vida.

Para as crianças de quatro anos, 16 dos 24 países relativamente aos quais existem dados ultrapassaram a barreira dos 75 por cento de inscrições na educação pré-escolar.

Na Bélgica, Espanha, França e Itália a inscrição de crianças de quatro anos em jardins de infância é agora praticamente de 100 por cento. Relativamente às crianças menores de três anos, a Dinamarca e a Islândia têm as taxas mais altas de inscrição (cerca de 60 por cento).
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