Estudantes expulsos de residências por falta de dinheiro - TVI

Estudantes expulsos de residências por falta de dinheiro

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Denúncia feita pela Cáritas Portuguesa

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O presidente da Cáritas Portuguesa alertou esta quinta-feira que há alunos do Ensino Superior a serem expulsos das residências universitárias porque não conseguem pagar as mensalidades, mesmo quando estas estruturas são geridas pelos serviços sociais das Universidades.

«Fomos contactados por alunos que, quando chegaram do fim-de-semana, não puderam entrar [nas residências] porque tinham mensalidades em atraso», denunciou Eugénio Fonseca, citado pela Lusa, em declarações aos jornalistas à margem de um encontro sobre emigração em Lisboa.

E sublinhou tratar-se de «residências que são geridas pelos serviços sociais das universidades».

Estas declarações surgem dias depois de o Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior ter denunciado a situação de alguns alunos obrigados a abandonar os estudos por falta de dinheiro.

Questionado sobre a denúncia da Pastoral universitária, Eugénio Fonseca sublinhou que a Cáritas «foi quem primeiro alertou para o problema, há mais de dois anos».

«Nunca acontecera, nas ajudas pecuniárias da Cáritas, termos de pagar propinas. E não estamos a falar de propinas de alunos que tiveram de ingressar no ensino particular. Mesmo no público, há famílias que não conseguem suportar as propinas», disse.

Em causa, defendeu, estão as alterações às regras de acesso às bolsas de estudo: «Hoje, para se aceder a bolsas de estudo é preciso estar numa situação paupérrima, miserável».

Além disso, sublinhou, como o Estado não faz uma monitorização adequada, «há gente que tem rendimentos camuflados e acede a bolsas de estudo indevidamente, o que é revoltante».

Segundo Eugénio Fonseca, os casos que chegam ao conhecimento da Cáritas são sobretudo de filhos de pais que ficaram desempregados ou que perderam parte dos recursos devido a reduções salariais ou ao fim dos subsídios de Férias e de Natal.

«São pessoas que puseram os filhos no ensino superior contando com recursos que desapareceram», afirmou, acrescentando que a isto se soma o aumento do custo de vida, nomeadamente dos preços dos transportes, no caso dos que vivem nas periferias das cidades.
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