Defesa de Vara questiona depoimento de PJ

O advogado Tiago Rodrigues Bastos, que representa o ex-ministro Armando Vara no processo Face Oculta, arguiu a irregularidade do depoimento do inspector da PJ Carlos Maciel, numa tarde de diálogos crispados entre a testemunha e algumas defesas.

No seu requerimento, Tiago Rodrigues Bastos considerou «existir manifesta irregularidade processual num depoimento que não incidiu sobre um único facto percepcionado pela testemunha».

O inspector Carlos Maciel familiarizou-se com o processo Face Oculta em meados de Novembro de 2009, já depois da investigação no terreno, para analisar a prova recolhida. «Não participou em nenhum acto de investigação e portanto não tinha conhecimento directo de nenhuma circunstância, de nenhum facto, de nada que dissesse respeito ao processo», insistiu o advogado de Armando Vara, em declarações aos jornalistas.

O advogado Rui Patrício, que defende o ex-presidente da REN José Penedos, já tinha apresentado um requerimento semelhante, nesse caso para que não fosse valorado o testemunho de Afonso Costa, outro inspector da PJ, mas esse requerimento acabou indeferido pelo colectivo de juízes.

Ainda assim, Tiago Rodrigues Bastos entende que se justifica a sua iniciativa desta quarta-feira, assinalando alguma diferença entre as duas situações.

«No outro caso, havia, apesar de tudo, alguns elementos de que o inspector Afonso Costa tinha conhecimento directo. Aqui, não», frisou o advogado de Armando Vara, acrescentando que o seu requerimento pretende também «manter o processo dentro das regras sãs de produção de prova».