«Portugueses estão a viver pior» - TVI

«Portugueses estão a viver pior»

Peditório da Cáritas recolheu menos dinheiro. Presidente da Comissão Episcopal diz que não se deve a uma diminuição da generosidade

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O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social disse esta terça-feira que a quebra de donativos para o peditório nacional da Cáritas revela que as pessoas estão a viver pior, rejeitando uma diminuição da generosidade dos portugueses.

«Desde 2009 que tem havido uma quebra nalgumas dioceses, noutras mantém-se, mas isso significa que as pessoas estão a viver pior e isso se ressente, também, no contributo económico», afirmou Carlos Azevedo, em Fátima, onde está a participar nas Jornadas Pastorais do Episcopado.

Para Carlos Azevedo, o decréscimo de donativos não tem subjacente uma menor generosidade, «como o Banco Alimentar o tem demonstrado», considerando, contudo, que, «devido a uma certa cultura», as pessoas «dão mais facilmente coisas do que dinheiro», apesar de muitos problemas sociais só se resolverem com «meios económicos directos».

O peditório da Cáritas, que decorreu durante o mês de Março, registou uma queda que, em algumas dioceses, chegou aos 40 por cento.

Em 2010, os donativos alcançaram os 292,5 mil euros e em 2009 chegaram aos 325,7 mil euros.

O responsável pela Pastoral Social reconheceu que a diminuição de donativos afecta a capacidade de resposta das instituições ligadas à Igreja Católica, defendendo a necessidade de se «endereçar os meios disponíveis para as necessidades mais urgentes», como a habitação e o apoio na aquisição de medicamentos face ao corte na comparticipação previsto nas medidas da troika.

Carlos Azevedo, também bispo auxiliar de Lisboa, apontou, ainda, a necessidade de, em cada paróquia, existir um grupo de acção social, como forma de responder aos pedidos mais prementes das pessoas desfavorecidas.

«Se cada paróquia tiver um grupo de acção social, muitas vezes os próprios meios nem passam pelos ofertórios, mas as pessoas vão canalizando directamente para as necessidades que conhecem, de proximidade», acrescentou.
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